A PRAGA DOS COMPUTADORES ENLATADOS
Este mês, o nosso tema de capa é sobre montar um computador pessoal. Como digo no texto, esta actividade está, neste momento, nas mãos dos que querem ter um computador feito para as suas necessidades, com um orçamento em mente, e não uma máquina que foi pensada num escritório qualquer para maximizar a rentabilidade de uma qualquer unidade de negócio de uma empresa de tecnologia. Não estou, de todo, contra o lucro, antes pelo contrário, mas, em muitos casos, a compra de uma dessas máquinas é contraproducente para o cliente como investimento, e em termos daquilo que se pretende fazer. Eu dou um exemplo: por muito que digam o contrário, nenhuma gráfica de qualquer portátil médio consegue chegar perto daquilo que uma gráfica de um computador de secretária consegue, em termos da relação entre velocidade e qualidade de imagem. Outra vantagem é a versatilidade e a possibilidade de evolução. Em praticamente nenhum computador portátil se podem facilmente levar a cabo actualizações de hardware significativas, além da memória RAM e do armazenamento (e mesmo assim, a actualização destes dois elementos é cada vez mais difícil). Eu tive um computador com processador Core i7 de primeira geração durante onde fui actualizando o armazenamento e a placa gráfica; só quando chegaram os processadores de sexta geração é que fiz o upgrade do resto. Curiosamente o fenómeno dos “computadores enlatados” é mais do Sul da Europa, porque nos países mais a Norte ainda se montam muitos computadores, talvez porque os potenciais clientes tenham mais informação ou talvez porque são mais cuidadosos com os investimentos que fazem. Todos os tipos de computadores têm, naturalmente, a sua utilidade. Mas os portáteis não são os únicos que existem e este tema de capa tem como objectivo mostrar isso mesmo e tentar despertar alguma curiosidade sobre esta “arte”. Muitas vezes, é mais fácil e vantajoso montar um computador em vez de comprar um, num supermercado.