ENSAIOS
O Tesla Model 3, o veículo eléctrico mais desejado do planeta, acaba de chegar a Portugal e nós experimentámos a versão de maior desempenho.
/ Tesla Model 3 Performance Mercedes-Benz CLS 400d Opel GrandLand X
Três anos após a revelação, o Model 3 chegou, finalmente, ao Velho Continente, embora esteja, para já, apenas disponível nas versões mais equipadas, a versão AWD Long Range e AWD Performance, com preços que começam nos 59 580 e nos 70 680 euros, respectivamente. Estas versões impressionam por conseguirem, com uma bateria de “apenas” 75 kW/h de capacidade, oferecer uma autonomia superior a 500 km, mesmo usando as medições das novas homologações europeias WLTP. Significativamente mais compacto que o Model S, com menor peso, centro de gravidade mais baixo e curta distância entre eixos garantem igualmente um comportamento dinâmico superior, capaz de rivalizar com modelos desportivos de motor de combustão, como o BMW M3 ou o Mercedes-AMG C63S.
FAMILIAR OU DESPORTIVO?
Por precisar de apenas 3,4 segundos para atingir os 100 km/h, (quatro segundos para os rivais já referenciados), não é difícil de perceber o fascínio que a versão Performance tem. Esta tem dois motores eléctricos que geram uma potência combinada de 450 cavalos, mas surpreendem também pela facilidade com que pode ser conduzido, sendo possível ajustar o modo de condução de acordo com os dois modos disponíveis, Sport ou Chill. Bastou uma tarde a circular pelas estradas da Serra da Arrábida para ficar convencido do excelente comportamento deste Model 3, que teve igualmente a importante ajuda dos pneus Michelin Pilot Sport 4S montados numas elegantes jantes de vinte polegadas.
SIMPLICIDADE EXCESSIVA?
Como forma de tornar o Model 3 mais acessível, a Tesla levou ao limite o princípio de simplificação do habitáculo. Desde os puxadores das portas que, embora elegantes, têm um funcionamento estranho, passando pela quase inexistência de botões físicos no interior, existe apenas o botão dos quatro piscas (colocado no tecto), os botões dos vidros, de abertura das portas e duas rodas do volante, que permitem regular praticamente tudo, através do ecrã central de quinze polegadas. É através deste ecrã que poderá controlar tudo, incluindo a abertura do porta-luvas, sendo o canto superior esquerdo do mesmo reservado para a representação da velocidade a que circula, bem como outras informações fundamentais, habitualmente representadas no painel de instrumentos, aqui inexistente. Esta solução requer alguma habituação, mas não é chocante quanto o que pensava ser inicialmente. O Tesla Model 3 Performance que testámos trazia todos os extras, como as oito câmaras e sensores, que permitem assim tirar partido do sistema Autopilot, que aqui usava a versão mais recente do software (9.0), revelando um funcionamento mais preciso e fluído que o Model S que conduzi em 2017.