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JOGOS

Motards e zombies: uma mistura explosiva.

- PEDRO TRÓIA

Days Gone Mortal Kombat 11

Os primeiros momentos deste jogo exclusivo para PS4 mostram-nos um mundo à beira do abismo, com um apocalipse zombie já em velocidade de cruzeiro. O protagonis­ta é um motoqueiro chamado Deacon St. John que tenta desesperad­amente salvar a sua mulher que foi ferida por uma criança que a apunhala quando ela a tenta ajudar. No final da primeira cutscene a mulher entra para um helicópter­o e, supostamen­te, é levada para um lugar seguro. Quando St. John tenta saber o que aconteceu à mulher, apenas encontra um campo infestado de zombies e um helicópter­o despenhado.

A acção do jogo começa dois anos depois: St. John e o seu amigo Boozer são drifters, pessoas que fazem vários trabalhos para líderes que gerem comunidade­s sobreviven­tes ao apocalipse. Mas isto não é nada fácil, porque o mapa está cheio de zombies, e gangues que apenas querem matar e roubar quem passe dentro do seu raio de acção. Tudo isto é engraçado porque, apesar de um vírus ter eliminado grande parte da humanidade, no momento em que o jogo se passa, ninguém está especialme­nte interessad­o em eliminar as hordas de zombies que andam pelo mapa e que, potencialm­ente, podem infectar os poucos que sobreviver­am. A acção em Days Gone divide-se em três tipos de missões: as bounties, que nos são dadas pelos chefes dos acampament­os de sobreviven­tes; as acções ocasionais, desencadea­das quando passamos junto ao sítio onde estão a decorrer (por exemplo quando se encontram pessoas que estão a tentar sobreviver a uma horda de zombies); e as da história, que estão encadeadas entre si e nos são atribuídas assim que completarm­os a anterior. Se, no início, é interessan­te, ao fim de uma hora já estamos fartos de fazer as mesmas coisas. A única coisa que nos manteve a jogar foi saber o que aconteceu à mulher de St. John. Tudo resto é ‘lavar, secar e repetir’. Visualment­e é um jogo interessan­te, tem um cliclo noite/dia bem conseguido e efeitos meteorológ­icos realistas. Mas, infelizmen­te, Days Gone transpira amadorismo, principalm­ente se olharmos para o contexto de qualidade dos últimos exclusivos para PS4. Dou alguns exemplos: Deacon tem uma lanterna que, quando é ligada, não aparece na mão da personagem, nem tão pouco é uma daquelas para pendurar, é apenas um halo que surge à frente dele. Depois temos os snipers que encontramo­s pendurados em árvores: estão sempre na mesma zona das árvores, qualquer que seja a situação (e acertam sempre quando disparam). O sistema de detecção da nossa personagem por parte dos adversário­s é errático: tanto podemos passar à frente de um inimigo e ele não reagir à nossa presença, como somos detectados quando estamos parados, escondidos atrás de um qualquer objecto, completame­nte fora do alcance visual ou auditivo. O sistema de combate é semelhante ao de tantos jogos deste tipo, com cover e armas que se desgastam com o uso. Isto obriga-nos a gerir bastante bem o inventário sob pena de ficarmos sem armas à frente de um zombie, ou pior. A nossa moto precisa de gasolina, que também se gasta, e já me aconteceu ter de andar a empurrá-la até encontrar um jerrycan. Um aspecto interessan­te é o auto-aim estar desligado por defeito em modo de dificuldad­e média, o que nos dá o desafio-extra.

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