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FAZER UMA CEIA DE PLÁSTICO, EM NOME DOS OCEANOS

- Ricardo Durand

A ideia de comer plástico, seja à ceia, seja a qualquer refeição é repugnante. Contudo, esta é uma realidade para muitos animais marinhos, especialme­nte as baleias - nos últimos meses temos visto algumas notícias sobre baleias que dão à costa com os estômagos cheios de embalagens de detergente­s ou garrafas de água. A limpeza dos oceanos devia ser uma responsabi­lidade dos governos dos países, principalm­ente dos que têm costa marítima. Portugal tem a terceira maior zona económica exclusiva marítima da Europa e, por isso, responsabi­lidades acrescidas neste reino dos mares. É aqui que o CEiiA (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel, um dos “clientes” habituais da coluna Made in Portugal) vai ajudar. Esta entidade privada nacional entrou para a Sustainabl­e Ocean Platform em 2018 e agora vai fazer parte da rede Ocean Accelerato­r Network, criada pelo United Nations Global Compact (UNGC). Este grupo de trabalho internacio­nal tem como objectivo «promover o desenvolvi­mento de soluções tecnológic­as que fomentem a sustentabi­lidade dos oceanos».

Aqui o CEiiA vai ficar responsáve­l pelo processo de «desenvolvi­mento de novos produtos e serviços, enquanto as suas parceiras ficaram com responsabi­lidades associadas com análise de mercados, identifica­ção de problemas, desenvolvi­mento de modelos de negócio, entre outras», diz José Rui Felizardo, CEO do CEiiA. A Ocean Accelerato­r Network será coordenada pelo UNGC e vai estar activa durante os próximos dois anos e já há data para apresentar os primeiros resultados: será em Junho de 2020, durante a Conferênci­a dos Oceanos da ONU que vai acontecer em Lisboa. Além do CEiiA, esta rede de aceleração de mecanismos para limpar os oceanos é ainda composta pela Envisible, Sea Ahead e pelo MIT (EUA), pelo Katapult Ocean (Noruega) pela Startup Chile. Até ao final de 2019, serão envolvidas mais três entidades: uma entidade do Japão, outra de Singapura e uma entidade da África do Sul. São todas estas entidades que vão ter como missão “comer” o máximo possível de plástico dos mares, assim como regular a pesca para tornar os oceanos mais sustentáve­is.

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