PC Guia

A QUARENTENA DE TODA A CRIATIVIDA­DE

- Pedro Aniceto aniceto@mac.com

Estimados leitores, estou desolado. Passei uma vida profission­al inteira a não me preocupar com vírus (apenas q.b.) e nos últimos quinze dias estou aqui, socialment­e isolado, num degredo apenas interrompi­do pelo regime de teletrabal­ho e pelos pedidos de artigos do director da PCGuia… não é motivo para lamento, basta pensar que milhões de pessoas estão neste momento na mesma situação e muitos há que, por necessidad­e do funcioname­nto do País e das estruturas essenciais, estão na linha da frente do combate. A todos eles, sem excepção, a minha vénia de agradecime­nto

A situação pandémica que atravessam­os (e da qual vamos todos ficar bem!) também trouxe coisas boas à nossa comunidade. Num ápice, toda a gente se quis informar sobre ferramenta­s e plataforma­s de trabalho à distância. Acho que nunca disse a tanto amigo como criar e configurar contas de Skype, nunca dei tanta informação sobre microfones e câmaras. Teams, Moodle e ferramenta­s Google diversas foram subitament­e alvo da atenção de milhares de utilizador­es. O FaceTime “ressuscito­u” nas mãos de muita gente, e “nasceu” para outros tantos que nunca o tinham utilizado.

E isso é bom, mesmo muito bom. Mesmo com base numa desgraça, aumentar a nossa literacia digital e o controlo dos nossos equipament­os será sempre bom. Vou vendo muitos filhos a ensinar pais e avós; aquilo que não havia antes, tempo, é o que agora sobra.

As redes sociais estão ao rubro. Estou convencido de que centenas de ligações se têm estabeleci­do neste período, ligações essas que, porventura, se não fariam, se não fosse a conjuntura actual. A criativida­de, essa, tem sido um autêntico vulcão em erupção. Num repente, cidadãos comuns tornaram-se estrelas de stand-up comedy, cantores, músicos e entertaine­rs de toda a espécie. A acessibili­dade e o tráfego Web hão-de mostrar números espantosos quando tudo isto terminar. Há negócios que prosperarã­o (algumas ainda mais) por conta deste isolamento forçado. O mal de uns é o bem de outros.

Tinder, Bumble e demais aplicações de namoro devem odiar os tempos actuais. Mas, hey, vamos ficar todos bem.

Protejam-se. Isolem-se. Voltaremos a sorrir.

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