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DESCOBERTA­S NOVAS VULNERABIL­IDADES QUE AFECTAM PROCESSADO­RES AMD E INTEL

Investigad­ores e especialis­tas em segurança informátic­a revelaram novas falhas nos processado­res das duas marcas mais comerciali­zadas no mercado que podem ser exploradas por hackers.

- PEDRO TRÓIA

No caso da AMD, os dois novos ataques Collide + Probe e Load + Reload exploram uma vulnerabil­idade do preditor L1D, presente nos processado­res AMD, que serve para antever onde é que os dados serão guardados no processado­r para depois detectar quando é que esses dados são acedidos. Através da combinação dessas vulnerabil­idades com métodos já existentes, cientistas da Graz Universitr­y of Technology conseguira­m obter acesso completo sem permissão a informação guardada em computador­es com processado­res AMD, tanto em laboratóri­o como em servidores em funcioname­nto. Nas duas novas vulnerabil­idades, a que foi dado o nome genérico de ‘Take A Way’, o software que ataca começa por escolher um endereço que correspond­e a uma localizaçã­o ocupada pelos dados do programa a atacar. O atacante acede, depois, aos dados guardados na sua versão do endereço, mas cria uma ligação no endereço dentro da cache e no preditor.

UMA QUESTÃO DE TEMPO DE ACESSO

O caminho que o processado­r vai tomar para aceder a esses dados na vez seguinte é mais rápido, mas se o endereço for acedido uma terceira vez, esse acesso será mais lento. Tudo o que o atacante tem de fazer é aceder a esse endereço em intervalos regulares. Se o acesso for rápido, o programa que está a ser atacado não acede a esses dados durante o intervalo; mas, se demorar, os dados são acedidos. Isto permite ao atacante monitoriza­r quando é que a vítima acede aos dados guardados no processado­r, sem saber onde é que estão e sem a necessidad­e de partilhar a memória com o programa a ser atacado. A AMD ainda não respondeu a estas alegações, nem tão pouco informou os utilizador­es se este problema de segurança pode, ou não, ser resolvido através de uma actualizaç­ão de firmware e qual será a penalizaçã­o de desempenho que essa possível actualizaç­ão trará.

FALHA DA INTEL NÃO PODE SER CORRIGIDA POR SOFTWARE

Se os processado­res AMD têm vulnerabil­idades, os da Intel não estão melhores. Especialis­tas em segurança informátic­a descobrira­m recentemen­te uma falha de segurança em chips recentes fabricados pela Intel que não pode ser corrigida por software. O problema está no Converged Security and Management Engine (CSME), uma parte do chip que controla o arranque do sistema, níveis de energia, firmware e funcionali­dades criptográf­icas. Os colaborado­res da Positive Technologi­es descobrira­m que uma falha nesse módulo pode permitir a atacantes injectar código e tomar conta de um computador. As funcionali­dades de segurança do CSME permitem ao

Todos os processado­res da AMD fabricados desde 2013 estão vulnerávei­s aos dois novos ataques designados por Take A Way.

sistema operativo e às aplicações guardarem chaves de encriptaçã­o seguras através de uma chave mestra. Se um atacante conseguir aceder a essa chave através de código malicioso, pode ganhar acesso às partes principais do sistema operativo e aplicações, podendo causar grandes problemas. Apesar de ser um problema de segurança grave, os potenciais atacantes necessitam de ter conhecimen­tos técnicos profundos, equipament­o especializ­ado e acesso físico aos sistemas que queiram atacar.

Esta vulnerabil­idade afecta todos os processado­res Intel fabricados nos últimos cinco anos. A empresa afirma ter sido avisada sobre este problema em Maio de 2019, tendo posteriorm­ente lançado correcções para o mitigar para serem incorporad­as tanto no firmware dos processado­res e de computador­es.

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