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O Ricardo Durand fala da falta de inspiração e inovação da Apple no novo iPhone SE

- RICARDO DURAND / Editor

A maçã é um elemento usado em várias histórias, com simbolismo­s diversos: na Bíblia é o fruto proibido que tentou Adão, no folclore suíço foi a redenção para Guilherme Tell e na Branca de Neve foi usada para envenenar a princesa da história. Na tecnologia, a maçã é símbolo de status, mas nos últimos anos, tornou-se uma marca ligada a pouca (ou nenhuma) inovação. Vou directo ao assunto: tenho um problema com o novo iPhone SE; aliás, eu tenho um problema com os mais recentes iPhone, para dizer a verdade.

Mas este mais recente modelo da Apple é, mesmo, um daqueles casos que prova que a malta de Cupertino deve andar a beber cidras com elevado teor alcoólico. O iPhone SE é, tirando os artifícios do costume, um iPhone 8 com o processado­r do iPhone 11 e o design inaugurado com o iPhone 6, por 599 euros. Tendo em conta que a Apple vendia até há bem pouco tempo o iPhone 8 por 700 euros, que sentido faz lançar um terminal com um design tão fora do prazo (que pensava já ter sido posto de parte, em definitivo) e ao mesmo tempo ainda tão caro? Ok, nos EUA, são 399 dólares, mas já se sabe que com os impostos, e outras taxas, nunca se pode fazer uma conversão directa para euros.

O que é que impediu os designers da Apple de terem criado um iPhone SE com o mesmo form factor inaugurado com o iPhone X? Ecrã total, notch, a mesma câmara e com uma actualizaç­ão de especifica­ções? Porque ia chocar de frente com os XR? Isto mostra o caos de estratégia em que a Apple está mergulhada - assim, valia mesmo mais a pena dar uma trinca na maçã envenenada da bruxa má e esperar que um beijo de um príncipe fizesse com que Tim Cook voltasse à realidade.

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