PREVISÕES METEOROLÓGICAS MENOS FIDEDIGNAS E MAIS DIFÍCEIS
A falta de voos pode estar a reduzir a precisão dos modelos meteorológicos, já que os aviões são vitais para recolher dados e fazer medições da atmosfera e da superfície oceânica. O Sistema Global de Observação da Organização Meteorológica Mundial (WMO, em inglês) analisa informação e serve de base para que os 193 estados-membros façam as suas previsões, análises e avisos meteorológicos.
Os dados são fornecidos por satélites, por plataformas de observação terrestre e aviões comerciais. Sem a parte da informação dada pelos sensores dos aviões sobre a pressão, temperatura, velocidade e direcção dos ventos, as previsões meteorológicas poderão ser tornar-se mais difíceis de fazer como explica Lars Peter Riishojgaard, director Earth System Branch da WMO: «À medida que a diminuição da disponibilidade de observações meteorológicas dos aviões continua e aumenta, podemos esperar uma diminuição gradual da fiabilidade das previsões».
Além disso, para agravar o problema, as observações terrestres, maioritariamente automatizadas, poderão também ter falhas caso a situação da pandemia se prolongue dada a falta de manutenção dos equipamentos.
A WMO confirmou que está a trabalhar para diminuir o impacto da falta de dados o mais possível e que na Europa, está, em conjunto com EUMETNET, uma rede de 31 serviços meteorológicos nacionais da qual o IPMA (Portugal) faz parte, a analisar novas formas de melhorar as redes de observação terrestre e a mitigar a perda dos dados fornecidos pela aviação.