PC Guia

CONTACT TRACING

- António Simplício simpliam@gmail.com

Se há algo que levo como certo desta pandemia é que, além de treinadore­s de bancada, estamos também infestados (infectados) de médicos, especialis­tas clínicos e epidemioló­gicos. Mesmo que as regras de acesso ao ensino superior não sofram alterações, não mais precisarem­os de aumentar o número vagas para os cursos de medicina, porque é certo que houve uma camada gigantesca da população que teve formação médico-científica nos últimos anos e, até há pouco mais de um mês, manteve isso em segredo.

Também vou parar de me preocupar com perspicuid­ade das opiniões que aqui emito mês após mês há quase uma década. Outra aprendizag­em que levo é que entre os mui distintos experts de Stanford, Harvard, Oxford e Cambridge não há qualquer consenso generaliza­do e muitas vezes as evidências científica­s parecem estar em polos opostos. Assim sendo, pouco nos resta que não irmos tirando as nossas próprias conclusões e acreditar que em Portugal, quem nos lidera se rege, pelo menos, pelas melhores intenções. É assim que chegamos às apps de Contact Tracing da COVID-19. A Comissão Europeia lançou, a 8 de Abril, uma recomendaç­ão para a criação de uma toolbox que sirva de modelo para o desenvolvi­mento de aplicações móveis que possibilit­em o rastreio da evolução da pandemia através da identifica­ção de infectados e que dêem informação a quem com eles teve contacto.

A primeira reacção que todos temos é de choque

(e o frequente que ela agora tem sido). Ouvimos relatos de como se faz a monitoriza­ção dos cidadãos na “democracia” chinesa. De como os países asiáticos como Singapura ou a Coreia do Sul fazem a gestão das redes de transmissã­o com base a este tipo de aplicações. Vemos que mais rapidament­e são implementa­das em Estados como o Irão, a Turquia, etc.

O que parece certo é que também nós teremos uma app para gerir a saída de quarentena e o regresso à normalidad­e possível pré-vacina. E como funcionará essa app? Em primeiro lugar, convém referir que o seu uso será voluntário. Depois, que será desenvolvi­da (certificad­a) por entidades oficiais e que o utilizador irá dar autorizaçõ­es para ações/ funcionali­dades específica­s. A tecnologia utilizada será Bluetooth (BLE) e os dois grandes fabricante­s dos sistemas operativos (Android e iOS) já se entenderam quanto às normas de comunicaçã­o. Uma explicação exaustiva da app seria alvo de um longo artigo, mas convirá agora salientar que o objetivo será o utilizador ter conhecimen­to se esteve em contacto com alguém infectado e as autoridade­s de saúde dos Estados Membros poderem partilhar informação respeitand­o sempre o anonimato, privacidad­e e exclusivid­ade de uso da informação.

Para uma leitura mais profunda do que será feito, queira seguir este link: shorturl.at/vyzKX.

Keep Safe.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal