CANON EOS R5
Criada a pensar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a nova EOS R5 promete ser a máquina que irá revolucionar o mercado, à semelhança do que a EOS 5D Mark II fez em 2008. Será que a Canon repetiu o feito?
A EOS 5D Mark II é uma câmara histórica e será sempre uma referência: foi a primeira reflex (DLSR) a integrar capacidades de vídeo de topo, na altura FullHD. Com a EOS R5, a Canon promete causar o mesmo impacto, pois trata-se da primeira câmara mirrorless da marca a oferecer capacidades de captação de vídeo anteriormente impensáveis numa máquina fotográfica, superando mesmo a resolução oferecida pelos seus equipamentos profissionais da gama EOS Cinema. Estamos a falar da primeira câmara a conseguir captar vídeo 8K (DCI e UHD) em RAW (4:2:2 10-bit), até 30 fps, e vídeo 4K até 120 fps. Mas prepare-se, pois, estes modos exigem a utilização de um cartão CFexpress de grande de capacidade e com uma velocidade de escrita de pelo menos 1000 MB/s, caso contrário irá deparar-se com as mesmas limitações que sentimos com um cartão de 64 GB (Sandisk Extreme Pro) a gravar a 4K 120 fps em RAW: o buffer permitiu apenas cinco segundos de gravação por suportar “apenas” 800 MB/s de velocidade de escrita.
LIMITAÇÕES?
E, já que falamos em limitações, que tal aproveitarmos a ocasião e lidarmos já com o “elefante na sala”? O lançamento da EOS R5 está igualmente associado a limitações encontradas na mesma, no que toca ao seu sobreaquecimento. A própria Canon criou uma tabela com indicação dos tempos de gravação que a EOS R5 suporta, até entrar em sobreaquecimento, bem como os necessários para voltar a ser utilizada nos modos desejados. Nos nossos testes, comprovámos que a 8K RAW (30 fps), são precisos vinte minutos para que a câmara pare a gravação, mas esse valor reduz-se para apenas doze se optar por gravar a 4K em RAW a 120 fps. Curiosamente, colocando-a sobre uma ventoinha de PC de 120 mm, conseguimos usar a totalidade do cartão de memória sem que a EOS R5 terminasse abruptamente a gravação. Como forma de ultrapassar esta questão, deverá arranjar uma solução para a manter sempre fresca, utilizar um gravador externo (solução ideal para uma utilização profissional), ou então alterar os modos de gravação e utilizar um dos codecs disponíveis, ALL-I ou IPB.
FOTOGRAFAR A SÉRIO
Embora as capacidades de vídeo sejam o elemento de destaque da câmara, não nos podemos esquecer das suas fenomenais características em termos de fotografia. A EOS R5 tem a particularidade de ser a melhor câmara fotográfica da Canon, sendo inclusive superior à EOS 1Dx Mark III, visto usar um sensor Full-Frame de superior resolução (45 MP), um obturador mecânico de 12 fps, um obturador electrónico de 20 fps, estabilização de imagem no corpo de cinco eixos, um rapidíssimo processador de imagem
DIGIC X, e o excepcional sistema de focagem automática. Este sistema, que utiliza 5940 pontos de focagem em toda a superfície do sensor, garante uma precisão de topo, tendo a particularidade de o sistema conseguir reconhecer e acompanhar não só o corpo, rosto e olhos de pessoas, como de animais. Tudo isto está associado ao corpo compacto de uma EOS R, que neste caso foi redesenhado para integrar um novo joystick, e melhorar a ergonomia. Falta destacar a nova bateria, de maior capacidade, e todas as ligações disponíveis, como entrada de microfone externo, saída para auscultadores e capacidade de carregar a bateria usando um powerbank, via USB-C.
A questão do sobreaquecimento do sensor é uma realidade, mas esta pode ser minimizada se captar o vídeo usando um dos codecs suportados (ALL-I ou IPB), ou então usando um gravador externo, via HDMI.