SERÁ QUE OS ROBOTS SONHAM COM VINHO?
Se calhar, o mais provável é que sonhem com baterias de iões de lítio - ou que nem sonhem, de todo. Pelo menos, para já, o melhor que podem fazer é patrulhar as vinhas (ou os olivais) e fazer um conjunto de análises para que o uso de pesticidas seja reduzido ao mínimo - é este o objectivo do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) no âmbito do projecto europeu NovaTerra (Integrated novel strategies for reducing the use and impact of pesticides, towards sustainable mediterranean vineyards and olive groves).
Para isso, está a ser desenvolvido um robot com rodas que para fazer o «controlo e manutenção da vegetação na linha e entre linha da vinha/olival» e que até já tem um teste marcado em duas áreas de empresas vitivinícolas de Portugal e Espanha: Sogrape Vinhos S.A. e Terras Gauda, respectivamente.
«O uso de robots com alfaias inovadoras - no controlo e manutenção da vegetação na linha e entre linha da vinha/olival – permitirá reduzir o uso de produtos fitofarmacêuticos, reduzir a compactação do solo, promover uma melhor qualidade do solo, aumentar a disponibilidade de recursos existentes nas quintas para outras operações relevantes, e fomentar os enrelvamentos das vinhas com claros benefícios para a vinha e actividades de turismo», explica Filipe Neves dos Santos, investigador do INESC TEC.
Uma vez que cada região de vinhos tem as suas condições específicas, o robot será adaptado para que os produtores possam tirar um maior partido dos resultados. Desta forma, vão conseguir interpretar de forma mais correcta os dados e, assim, aplicar estratégias de combate de pragas, como o míldio, o oídio, a podridão cinzenta e a traça da uva, no caso das vinhas; e olho de pavão, a mosca da fruta, a traça da oliveira e a cochonilha negra, no caso dos olivais. No projecto NovaTerra (que tem um financiamento de 5,5 milhões de euros) participam entidades de Espanha, França, Itália, Grécia e Bélgica; além do INESC TEC, Portugal está representado pelo Instituto Politécnico de Bragança, a APPITAD - Associação Dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Sogrape Vinhos S.A.