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TECNOLOGIA EM MOVIMENTO

- G U S TAVO DI A S C h e f e d e Re d a c ç ã o

O Gustavo Dias explica porque está desiludido com a estratégia da Nvidia de aposta em produtos para mineração de criptomoed­as, em detrimento do gaming.

Quem tem lido os meus textos nos últimos meses, certamente estará a notar um certo padrão... sim, mais uma vez a Nvidia está metida ao barulho e, para mim, pelas piores razões. Depois de terem revelado que, no último trimestre de 2020, a divisão de gaming gerou 2,5 mil milhões de dólares, dos quais entre cem a trezentos milhões estão relacionad­os só com criptomoed­as. Honestamen­te? Tudo tretas. Basta ver o estado actual do mercado, em que as poucas placas gráficas à venda são apenas modelos que já não interessam “nem ao menino Jesus”, seja para jogar ou para gerar Ethereum (a moeda virtual mais rentável de minerar).

A Nvidia ainda tentou armar-se em advogado do diabo e dizer que iam aplicar, à BIOS e aos drivers, um limitador para impedir que fossem usadas para minerar Ethereum. O problema é que com os drivers 470.05, essa limitação é facilmente removida. E, depois, temos o lançamento de uma nova gama de placas específica­s para a mineração de criptomoed­as, a CMP HX, que segundo a Nvidia, permitirá reforçar os lucros em mais cinquenta milhões de dólares, este trimestre.

Mas, acredite: o valor vai ser muito maior, especialme­nte se tivermos em conta que estas placas, que vão permitir reaproveit­ar processado­res gráficos que não passaram os testes de qualidade (mas que estão perfeitame­nte capazes de processar algoritmos de mineração), serão vendidas a preços exorbitant­es, como confirmámo­s recentemen­te, com as primeiras CMP 30HX (um modelo de entrada de gama) a serem vendidas a mais de oitocentos dólares. Isto é ainda mais chocante se tivermos em conta que esta é, no fundo, uma GeForce GTX 1660 Super “avariada” que, quando foi lançada em 2019 ,custava 250 euros… estão a ver onde quero chegar?

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