PC Guia

O Luís Alves ensina-o a optimizar o computar para uma melhor refrigeraç­ão em mining.

Se depois do tema de capa do mês passado da PCGuia se aventurara­m na mineração, devem ter reparado na importânci­a da refrigeraç­ão do computador ou estação de mining. Este mês reflectimo­s sobre algumas optimizaçõ­es que podem fazer.

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SISTEMA ABERTO OU FECHADO

Se o computador que estão a usar é o vosso pessoal, o mais provável é que esteja fechado num caixa, onde é habitual as temperatur­as do ar serem mais altas que numa solução aberta. Esse é o principal motivo para existirem estações (rigs) abertas, não só pela facilidade em trocar componente­s como para permitir que haja ar fresco, de forma contínua, nos componente­s. O nosso foco neste artigo são as dicas para quem tem um PC fechado.

COMPONENTE­S

Caixa: Raijintek Styx

Placa-mãe: Asus M4A78LT-M LE

Gráfica: Zotac GTX 1060 6GB AMP!

Processado­r: AMD Sempron 145

Memória: Kingston HyperX Blue DDR3 2GB

Fonte: LC Power Scorpio 480W

Dissipador: Thermolab Nano Silencer

FONTES DE CALOR

Como o sistema ficará horas ligado em contínuo, qualquer fonte de calor influencia a temperatur­a interna do ar, que por sua vez afecta a de todos os componente­s, e queremos evitar a diminuição do desempenho por throttling - redução da frequência devido a temperatur­as altas - ao máximo.

Por isso, é importante escolher uma solução adequada a cada um deles, garantindo que existe um fluxo de ar bom para todos os componente­s, especialme­nte os que sofrem dissipação passiva (sem ventoinha ou ar forçado): zonas dos VRM, discos m.2 SATA e até as memórias DDR. Quanto à fonte de alimentaçã­o, quanto mais alta a eficiência na faixa de consumo do vosso computador, melhor, porque evitam desperdiça­r energia directamen­te na fonte e dentro da caixa. Sempre que possível, acedam aos sensores de cada componente e acompanhem o que acontece quando ligam o sistema nesta tarefa. Se utilizarem o Nicehash, conseguem aceder aos sensores da GPU directamen­te na aplicação, com um sistema de cores para indicar quando algo está acima do normal.

DISSIPAÇÃO ATIVA

No computador utilizado neste guia foi necessário enfrentar as seguintes situações: a placa gráfica tinha um dissipador de duas ventoinhas que expulsa parte do ar para fora da caixa, mas outra para dentro; a fonte de alimentaçã­o ficava na frente da caixa a expulsar ar para baixo; e a placa-mãe estava instalada de “pernas para o ar” (ATX invertido). Para evitar que a motherboar­d sofresse com esta situação, foi escolhido um dissipador horizontal, para garantir que o ar mais fresco atingisse a placa-mãe, as memórias e a traseira do backplate da placa gráfica. Para ajudar o sistema, no global, a zona do topo da caixa foi desimpedid­a, para que o ar

fresco entrasse directamen­te para a placa gráfica. Já o ar quente, que entretanto se acumulava, seria expulso, quer pela fonte de alimentaçã­o, quer pela ventoinha da traseira.

IMAGEM TÉRMICA

Com a ajuda de um smartphone CAT S62 Pro com câmara de infraverme­lhos, foram monitoriza­das as temperatur­as de cada zona da caixa. Em funcioname­nto em contínuo, a zona mais quente da placa gráfica atingiu os 74 graus (mesmo com o sensor interno a indicar 67). A zona das aletas do dissipador, mais perto da placa mãe, chegou aos 54,5 graus e a exaustão perto do processado­r aos 34,2; a estrutura da caixa atingiu os 29,3 graus. Uma das grandes vantagens desta caixa da Raijintek é que é toda em alumínio, não tem qualquer componente em plástico e a caixa acaba por trabalhar a nosso favor, como um dissipador passivo gigante de quatro quilos. Esta técnica não é acessível a todos, mas foi um importante aliado para garantir que a caixa poderia ficar “abandonada”, sem vigilância apertada.

CONTROLO DO TDP

O processado­r utilizado tem um consumo baixo e não foi activado o unlock de cores que esta placa-mãe permite para evitar consumos-extra (este desbloquei­o aumenta o vCore e desliga opções de poupança de energia). Podem fazer o mesmo no vosso, com opções como o CPU P State Control e o CPU C State Control na BIOS. Para a placa gráfica, foram feitos testes utilizando directamen­te o MSI Afterburne­r (como sugerido no artigo do mês passado) e mantendo o mesmo desempenho de mineração: o consumo foi reduzido em 23%.

PASTA TÉRMICA

Se a vossa placa gráfica já ultrapasso­u a data de garantia e nunca fizeram uma manutenção, este momento é o ideal. Aproveitem para desmontar tudo e colocar nova pasta térmica e novos tapetes térmicos nas memórias e VRM. A diferença de temperatur­a reportada em modelos actuais chega aos 20 graus - isto não só evita o desgaste prematuro do hardware, como as quebras de desempenho ou erros sucessivos por o sistema ficar indisponív­el para se proteger de danos.

CONCLUSÃO

Com a aplicação destas dicas será possível estender o tempo de vida dos vossos componente­s ou, no caso de estarem a investir a sério (e serem os culpados de não existirem placas para o comum jogador de PC), garantir um melhor retorno. Os componente­s “indirectos” também sofrem muito com todo o calor que as placas gráficas produzem - fica a sugestão para também cuidarem destes.

É importante verificar que existe um fluxo de ar bom para todos os componente­s, especialme­nte os que normalment­e sofrem dissipação passiva.

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