/ Este mês vamos navegar pelos vários formatos de dissipadores a ar.
Com o evoluir dos circuitos integrados no nosso computador, também os dissipadores tiveram de acompanhar o seu consumo térmico e, com novas tecnologias, manter tudo dentro dos limites. Obviamente, o processador é o principal componente e este mês vamos navegar pelos vários formatos de dissipadores para este fim.
DISSIPADOR PADRÃO
Durante muitos anos, o dissipador-base incluído, quer pela Intel, quer pela AMD, servia para cumprir apenas o mínimo necessário; desconfio que, em países mais quentes, não seriam suficientes para evitar um aquecimento excessivo. São dissipadores de baixo custo, que ambas as marcas conseguiam vender em versões de caixa (processador + dissipador) sem grande prejuízo. Mesmo para processadores melhores, os dissipadores-padrão sempre foram muito básicos e barulhentos. Mais recentemente, e nas últimas gerações, a AMD tem brilhado com novos dissipadores-padrão em termos de desempenho térmico e de ruído.
ELEMENTOS BASE
Os dissipadores têm uma base que entra em contacto com o processador e podem, ou não, ter tratamento superficial nas aletas (chapas finas), ter tubos de calor (heatpipes) e uma ventoinha para refrigeração forçada. Os metais mais utilizados são o cobre e o alumínio, que nem sempre têm a sua cor habitual, devido aos mais variados tratamentos.
HEATPIPES
Estes tubos de calor são um sistema fechado, cujo processo depende do recurso à troca de fase entre líquido e vapor de um fluido. Na zona mais perto do processador, o fluido evapora, movimenta-se muito rapidamente para a outra extremidade e, durante esta viagem, transporta consigo o calor.
O interior do tubo e o fluido utilizado têm uma grande influência na eficiência destes sistemas - algumas versões iniciais desta tecnologia só funcionavam se a caixa de computador estivesse numa posição específica. Estes tubos podem ser usados no dissipador em maior, ou menor número, com diâmetros e comprimentos variados.
TECNOLOGIA HDT
Uma das principais responsáveis por tornar os dissipadores mais competitivos, a tecnologia de Heatpipe Direct Touch (HDT), coloca os tubos de calor referidos anteriormente em contacto directo com o topo do processador. Neste caso, parte do calor é transferido para a base, como normalmente, mas outra parte é transferida directamente para os heatpipes que foram achatados de forma controlada na secção da base. Isto permitiu que dissipadores mais pequenos e leves fossem melhores que versões bastante maiores, mas cuja base não era tão eficiente.
DISSIPADOR VERTICAL
Quando o corpo do dissipador é perpendicular à placa-mãe, estamos perante um dissipador vertical, de “torre” (conjunto de heatpipes + aletas), único, duplo ou até triplo. Cada secção pode ter um ou duas ventoinhas, mais fino para evitar incompatibilidade com módulos maiores de RAM ou ser assimétrico, deslocando o corpo para mais longe da memória e ganhar espaço para as ventoinhas.
É o tipo de dissipador mais comum do mercado, com preços que começam pouco acima dos quinze euros e chegam aos duzentos, em modelos Premium. Recentemente, o mercado foi surpreendido com o Noctua NH-P1, um dissipador passivo gigante para quem quer ter um sistema realmente silencioso.
DISSIPADOR HORIZONTAL
É o formato menos típico de dissipadores aftermarket, mas na altura em que a Zalman dominava o mercado entusiasta quase por completo, era dos mais habituais. Na realidade, os dissipadores-padrão são deste formato, porque “colaboram” não só no arrefecimento do processador, como da zona circundante, porque o ar fresco vai “contra” a placa-mãe. Este formato é paralelo à placa e a maioria dos modelos tem apenas uma ventoinha.
A sua principal utilização no mercado entusiasta é em sistemas HTPC ou em workstations que tenham caixas mais estreitas, porque a sua altura é inferior à dos modelos verticais. Entre as melhores marcas está a Noctua, com modelos muito compactos, e a be quiet!, com soluções super-poderosas e silenciosas.
TRATAMENTOS SUPERFICIAIS
Os mais típicos são a niquelagem e a anodização, que servem para proteger contra corrosão, desgaste e colorir de forma uniforme as superfícies. Muitas marcas apostam por deixar o material na forma original e por isso vão encontrar os heatpipes em castanho/laranja (cobre) e as aletas em cinza (alumínio).
VENTOINHA
São um dos elementos que mais influenciam os níveis de ruído do PC, mas as suas características são, por vezes, descuradas ou são mal dimensionadas para a máquina que temos. Num dissipador a ar, a ventoinha deve conseguir movimentar o ar entre as aletas do dissipador, com a velocidade mais alta possível, sem provocar ruído excessivo. Para tal, é necessário que atinja uma pressão adequada à restrição do ar que o dissipador tem, contribuindo para isso a sua forma da pá, quantidade de pás, velocidade e binário.
CONCLUSÃO
Mesmo com a introdução dos sistemas tudo-em-um de refrigeração a água, os dissipadores a ar continuam a evoluir e alcançar novos marcos na capacidade de arrefecimento, em tamanhos cada vez menores, mais leves e menos ruidosos. Se estiverem a montar um novo computador, considerem estudar um pouco o dissipador a utilizar, para manter “fresco” o vosso processador.
A tecnologia HDT permitiu que dissipadores mais pequenos e leves fossem melhores que versões bastante maiores e revolucionou o mercado.