Reabilitação Urbana em Lisboa deve incluir reforço antissísmico
Especialistas defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifícios
Um debate que decorreu na Assembleia Municipal de Lisboa, sob proposta do CDS-PP, juntou especialistas que defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifícios, nomeadamente antissísmico.
Presente no evento, o vice-presidente do Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção do Instituto Superior Técnico, Mário Lopes, começou por afirmar que “é importante incorporar a resistência sísmica na reabilitação urbana”, sob o risco de estarem a ser feitas “obras que são armadilhas mortais”, divulgou a agência Lusa.
Na opinião do engenheiro, “o grau de exigência exigido na reabilitação urbana continua a ser zero”, e “isto continua a ser feito com a cumplicidade do Governo, da Câmara de Lisboa e das entidades com responsabilidade na matéria”, avança a Lusa. Um dos exemplos é a “destruição da gaiola pombalina”, comum na baixa da capital, que Mário Lopes considerou ser “um crime cultural”. “Lisboa é a primeira cidade do mundo construída para resistir a sismos, e somos nós próprios que a estamos a destruir”, acrescentou.
Já o diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, João Pardal Monteiro, deu o exemplo de habitações que ficam fragilizadas devido à união de divisões. “Temos que mentalizar as pessoas de que não se podem fazer intervenções neste tipo de edifícios sem técnicos qualificados para as fazer”, defendeu o arquiteto, explicando que estas intervenções vão “tirar as características para resistir aos sismos”.
Pardal Monteiro salientou que “as intervenções na cidade, para que isto não se torne um baralho de cartas pronto a cair ao primeiro sismo, têm de ser feitas com técnicos especializados”.
Também Vasco Appleton, professor da Universidade Católica Portuguesa, advogou que “a reabilitação urbana deveria implicar uma intervenção de reforço antissísmico, isto deveria ser óbvio”.
A encerrar o debate, a vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, Paula Marques, precisou que o município “tem estado a desenvolver vários instrumentos nesta matéria”, como “a atualização da carta de solos, índice de residência sísmica, e um manual de boas práticas na reabilitação”.
Para os partidos que intervieram na sessão, a Câmara Municipal deve ter um papel importante nesta questão, ao nível da informação à população, da fiscalização das obras e da prevenção através do ordenamento do território.
Destaque Um debate que decorreu na Assembleia Municipal de Lisboa, sob proposta do CDSPP, juntou especialistas que defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifícios, nomeadamente antissísmico.