Record (Portugal)

VOLTA A CASA

Ederson assinala regresso à seleção do Brasil em São Paulo, onde deu os primeiros passos como guarda-redes; família estará nas bancadas

- NUNO MARTINS

De volta à seleção principal do Brasil, Ederson integra o grupo que na madrugada de quarta-feira (1h45) defronta o Paraguai, em mais um jogo de qualificaç­ão para o Mundial’2018. Ainda que a titularida­de tenha de esperar, o guarda-redes do Benfica assinala o regresso à canarinha na cidade onde deu os primeiros passos na carreira, antes de atravessar o Atlântico, com 15 anos, rumo ao Seixal. Hoje titular no tricampeão nacional e cobiçado por tubarões do futebol europeu, Manchester City à cabeça, aqueles que com ele privaram nos primeiros anos não esquecem as qualidades do ‘gordo’, como ficou conhecido no São Paulo. “Chamavam-lhe gordo por ser muito magro”, conta Leonardo Navacchio, guarda-redes do Portimonen­se, seu companheir­o de equipa no tricolor. “Ele atendia por esse nome de guerra e não levava a mal. Se perguntare­m quem é o Ederson, ninguém sabe de quem

se trata”, acrescenta quem conviveu com a ‘águia’ um ano. A história é confirmada por António Rodrigues (Toni), antigo avançado que represento­u o Beira-Mar no início da década de 80 do século passado e que o treinou no clube. “Ele era franzino e baixinho, mas percebíamo­s que ia crescer, pois o irmão era alto.”

Dotado tecnicamen­te

Rapaz ‘tímido’, que não levantava ondas, Ederson chegou ao emblema paulista em 2005, com 11 anos, depois de se ter destacado numa escola de futebol em Osasco, cida- de onde nasceu e situada na periferia de São Paulo. E, já na altura, impression­ava pela facilidade com que rematava e colocava a bola, à imagem de Rogério Ceni, mítico guarda-redes dos emblema paulista, hoje treinador. “Tecnicamen­te, era o melhor de todos os guarda-redes”, assume Leonardo, que fez parte da equipa sub-17 com Ederson, em 2009. Esse plantel tinha quatro concorrent­es à baliza e o agora benfiquist­a era o mais novo. “Lembro-me que nos treinos marcava livres”, acrescenta. “Batia bem na bola e era muito rápido a sair da baliza”, atesta Toni. Jovem e sem espaço no São Paulo, acabaria por deixar o clube tricolor em 2009, com 15 anos, numa decisão que Toni ainda hoje não entende. “Era promissor e não teve qualquer problema disciplina­r”, afirma. Aos 23 anos, regressa à seleção como dono da baliza do Benfica e um dos guardarede­s mais cobiçados na Europa. Nas bancadas do Arena Corinthian­s, estarão os pais, Bartolomeu e Joelma, o irmão, Emerson, a irmã, Izadora, e a mulher, Laiz. “Espero que possa dar muitas alegrias ao povo brasileiro”, são os votos de Leonardo, que está em Portugal há dois anos. *

“CHAMAVAM-LHE GORDO POR SER MUITO MAGRO. ELE ATENDIA POR ESSE NOME DE GUERRA E NÃO LEVAVA A MAL” LEONARDO NAVACCHIO, guarda-redes do Portimonen­se

 ??  ?? MEMÓRIA. Ederson, hoje no radar de ‘tubarões’ europeus, disputou um torneio no Japão, no mesmo ano (2005) em que chegou ao São Paulo
MEMÓRIA. Ederson, hoje no radar de ‘tubarões’ europeus, disputou um torneio no Japão, no mesmo ano (2005) em que chegou ao São Paulo

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