“Tinha capacidade para ficar no Benfica”
No arranque da época participou em cinco jogos pelo Benfica e marcou frente ao Derby County e ao Port Vale. Se não fosse a lesão contraída no joelho direito, frente ao Lyon, as coisas na Luz poderiam ter corrido de maneira diferente? RUI FONTE – É difícil dizer. Sinto que tinha capacidade para poder integrar o plantel do Benfica, mas tenho de olhar para a frente.
Era mais aposta de Jorge Jesus do que de Rui Vitória?
RF – Não creio que tenha havido muita diferença. Os treinadores têm de tomar decisões e foi isso que sucedeu. Não guardo nenhuma mágoa e até compreendo.
Como encarou ter servido de moeda de troca pelo Rafa?
RF –No início o negócio não seria feito desse modo, mas como as coisas só se resolveram no fim acabou por ser assim. Faz parte do futebol.
Os 13 golos que já leva apontados ao serviço do Sp. Braga são a prova de que o regresso foi a aposta certa para a sua carreira?
RF – Sem dúvida. Podia ter acontecido muita coisa no verão, mas essa
“TIVE VONTADE DE VOLTAR A BRAGA E OS 13 GOLOS DEIXAM-ME FELIZ POR ESTAR A SER UMA APOSTA GANHA”
possibilidade também esteve sempre presente desde o final da época passada e não só tive vontade de voltar, como me sinto feliz por estar a ser uma aposta ganha.
Definiu um limite de golos para esta época?
RF –Tenho a meta dos 15 golos. Embora não seja fácil, como sou avançado e como estou numa equipa como o Sp. Braga, acredito que está ao meu alcance.
Nesta altura o 3.º lugar é uma miragem?
RF – Faltam oito partidas e avaliaremos o que podemos fazer jogo a jogo. Dizer que as contas só se fazem no final é senso comum, mas a ambição para o que resta é a mesma do arranque da época.
O grande rival do Sp. Braga continua a ser o V. Guimarães?
RF – O Vitória é e será sempre o rival. Em qualquer Liga e em qualquer circunstância, mas o Sp. Braga quer fazer o seu caminho e essa rota é para cima. É para onde apontamos.
O despedimento de José Peseiro foi o preço da eliminação prematura na Taça de Portugal? RF – É difícil falar nessa questão, pois a decisão não é dos jogadores. Procuramos dar sempre o máximo em cada jogo e ajudar quem nos comanda, mas o presidente entendeu que devia mudar.
O balneário sentia que havia desagrado dos adeptos para com José Peseiro?
RF – Não estava aqui na penúltima passagem do míster José Peseiro e não sei muito bem como avaliar isso, mas era uma questão mais ou menos pública, da qual procurámos sempre abstrair-nos. De vez em quando havia alguma animosidade, mas fomos todos fazendo a nossa parte e quando digo todos falo nos jogadores, treinador e adeptos.
Mudou muita coisa com a chegada de Jorge Simão?
RF – Não digo muita coisa, apenas ideias diferentes e a nossa missão é mudar o ‘chip’ e procurar corresponder.
Por que motivo conquistaram 26 pontos em 13 jornadas com José Peseiro e apenas 17pontos em 12 jogos com Jorge Simão?
RF – Se soubéssemos o que ia acontecer teríamos procurado retificar desde o início. O crescimento faz-se com os erros. Houve jogos em que não ganhámos e jogámos muito bem, houve outros em que não jogámos tão bem e conseguimos a vitória, mas nos últimos quatro temos vindo a mudar essa imagem de irre-
gularidade e é isso o que temos de realçar porque no fundo o que conta são os três pontos.
Como é que o balneário, que na altura estava em 3.º lugar, encarou a chegada e aposta imediata em três jogadores de um clube que estava na 8.ª posição? RF – Como um motivo de maior competitividade na ambição de chegar mais acima. Não importa a origem de quem chega, até podiam vir do último classificado. Vieram para acrescentar e creio que é isso que estão a fazer.
Como encarou o recente aviso de escrutínio ao plantel do presidente António Salvador? RF – A pressão faz parte do mundo do futebol em que estamos. É a tal atitude e ambição do presidente em querer chegar mais acima. É assim que temos de encarar tudo o que disse. De qualquer modo também tenho de salientar que estamos todos juntos no mesmo barco. Sejam jogadores, treinador, presidente ou adeptos. Só assim é que conseguimos levar o Sp. Braga mais para cima. *
“DE VEZ EM QUANDO HAVIA ALGUMA ANIMOSIDADE DOS ADEPTOS PARA COM O MÍSTER JOSÉ PESEIRO”