Record (Portugal)

O direito a sonhar

HÁ QUE ENALTECER A DISPONIBIL­IDADE DE TODOS OS JOGADORES, NUMA FASE DA ÉPOCA EM QUE DEVIAM ESTAR DE FÉRIAS. PORTUGAL ESTÁ BEM LANÇADO PARA PODER GANHAR A TAÇA DAS CONFEDERAÇ­ÕES

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Portugal está nas meias-finais da Taça das Confederaç­ões, sem surpresa, na minha opinião, como também foi sem surpresa que goleou ontem a Nova Zelândia, uma seleção que apesar de se mostrar muito voluntária em campo, abnegada até, não tem a qualidade da nossa seleção nem das demais que estão nesta prova, e não é estranho o lugar 95 que ocupa no ranking da FIFA. Portanto, ontem, Portugal cumpriu a obrigação com um resultado que lhe permite terminar esta primeira fase em primeiro lugar do grupo, o que traz desde já a vantagem de ir beneficiar sempre de um dia de descanso a mais do que o opositor, que não se sabe ainda quem é, provavelme­nte Alemanha ou Chile. Portugal fez jus, até agora, ao título de campeão europeu que tão bem conquistou no ano passado em França.

Hámuitas coisas boas a retirar desta presença da Seleção Nacional na Taça das Confederaç­ões.

A começar pela disponibil­idade dos jogadores, de todos, numa fase da época em que todos já deviam estar de férias. O compromiss­o que assumem é de realçar e de relevar, porque muitos destes jogadores de Fernando Santos vêm de épocas longas, desgastant­es, e que nem para todos foram boas. E sabemos como o sucesso é motivador. Os jogadores vê-se que estão de alma e coração ao serviço da Seleção e dispostos a darem mais uma alegria aos portuguese­s, num período em que todos ainda nos incomodamo­s com a tragédia de Pedrógão Grande. É uma alegria para aliviar as lágrimas, embora seja difícil arrumar com a tristeza resultante dessa tragédia.

ASeleção Nacional cumpriu e

colocou-se no caminho certo para dar mais uma alegria. Outra coisa boa que podemos retirar da presença da Seleção é o aparecimen­to de novos valores. Portugal tem o futuro garantido, não só com alguns jogadores que começam a aparecer nesta Seleção a viver uma renovação suave (Gelson Martins, Pizzi, Nélson Semedo, André Silva) mas também com os valores que já são certezas e que estiveram no Europeu de sub21 na Polónia, que só o azar da matemática afastou das meiasfinai­s como mereciam, depois de um comportame­nto extraordin­ário da equipa comandada tão bem por Rui Jorge.

É um sinal de riqueza que nos dá a Seleção Nacional com os jogadores que lá estão neste momento e com aqueles que começam a reclamar um lugar. Sempre com o sinal mais do capitão Cristiano Ronaldo, que arruma com as polémicas e é imune a críticas e acontecime­ntos à sua volta, dando uma imagem de profission­alismo e de classe que são notáveis e só próprias de um extraordin­ário futebolist­a, de quem Portugal tem de se orgulhar.

Agora, tudo está em aberto. Portugal tem o direito a sonhar com a conquista deste troféu, que é mal-amado pelos jogadores pela altura do ano em que se realiza, mas não deixará de ser um troféu que marca também a história do futebol. Portugal está no caminho certo para alcançar a Taça das Confederaç­ões. Vamos todos torcer por isso.

A SELEÇÃO ESTÁ A FAZER UMA RENOVAÇÃO SUAVE E NOS SUB-21 HÁ TALENTO PARA UM FUTURO FELIZ

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