Record (Portugal)

Jonas e mais dez

- Luís Pedro Sousa Editor

ENQUANTO O BRASILEIRO FOR O MELHOR JOGADOR DO BENFICA, A EQUIPA NUNCA PODERÁ ABDICAR DELE SOB QUALQUER PRETEXTO E EM QUALQUER SISTEMA TÁTICO

. O V. Guimarães-Benfica,

do último domingo, e o emergir do talento de Krovinovic, fez recuperar um debate que se pensava encerrado desde as primeiras semanas da ‘era Rui Vitória’ na Luz. A questão é complexa, mas até se adequa a todos as equipas com caudal ofensivo assinaláve­l que atuem em 4x3x3 (ou 4x1x4x1, se quisermos) e não disponham de um ponta-de-lança de raiz como elemento mais avançado. No Benfica é que talvez não se abordasse o tema de forma contínua desde os tempos de João Vieira Pinto...

Jonas tem de ser intocável. Trata-se ainda, e de forma indiscutív­el, do melhor jogador do Benfica. E nem sequer é necessário recorrer à estatístic­a – em que esmaga no item mais importante, o dos golos – para se chegar a essa óbvia conclusão. Basta assistir aos jogos. Desta forma, e Rui Vitória cedo percebeu isso, terá de ser o sistema tático a adaptar-se ao seu jogador mais importante e não prescindir dele em detrimento de um substituto menos competente. Salvo qualquer problema de ordem física, haverá assim de encontrar mais 10 jogadores para completar o onze.

NaLuz, e frente a adversário­s que baixam o bloco defensivo, reconhecen­do implicitam­ente a sua inferiorid­ade, Jonas deve fazer parceria com um homem de área, Jiménez preferenci­al- mente, no habitual 4x4x2. Nas ocasiões em que é necessário robustecer o meio-campo, como em Guimarães e, certamente, no Dragão, manda a ló-

gica e a sensatez que o brasileiro seja o elemento mais avançado, surgindo-lhe, neste 4x3x3, o apoio através dos alas ou do elemento do miolo com ‘mais chegada à área’.

2. Face ao plantel de que o Ben

fica dispõe, não restam grandes dúvidas quanto aos sistemas táticos a utilizar... e poucas mais restam quanto à titularida­de de Krovinovic, jogador que tanto pode atuar no miolo como até nas alas, à semelhança, por exemplo, de João Mário. Num 4x3x3, a presença do jovem croata é mesmo indiscutív­el. Num 4x4x2 tem Pizzi – que, curiosamen­te, descaído para os flancos também garante jogo interior – como concorrent­e. Atualmente, e face ao momento de forma do internacio­nal português, o ex-Rio Ave tem tudo para ser o eleito de Rui Vitória. Que Pizzi derive para as alas ou para o banco de suplentes já é uma questão a esgrimir entre o outrora intocável titular do Benfica e os muitos extremos que a equipa ostenta.

3. Nos últimos dias, o ruído, em torno dos casos de arbitragem e não só, cresceu de tal forma que acabou com qualquer réstia de esperança relativame­nte à pacificaçã­o do futebol português. É impossível. Os dirigentes não estão interessad­os nisso, nem nunca estiveram, até porque esta é uma forma de branqueare­m eventuais insucessos. Mas haverá um dia em que já ninguém os levará a sério. E eu já não os levo a sério há muitos anos.

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