Um ponto no inferno
Foi um FC Porto melhor sem bola do que com bola que arrancou um ponto crucial em Istambul. De regresso à organização estrutural em 4x4x1x1 desenhada para os jogos de maior grau de dificuldade, com Herrera, nuclear nas ações de pressão, à frente de Danilo e de Sérgio Oliveira, Sérgio Conceição surpreendeu ao juntar Maxi (lateral) e Ricardo (médio-ala) no corredor direito, deixando Corona no banco. Apesar da vontade indómita das águias negras em chegarem com
OS PRIMEIROS 15 MINUTOS DA SEGUNDA PARTE FORAM OS DE MAIOR SUFOCO PARA A FORMAÇÃO PORTISTA
contundência a zonas de finalização, o FC Porto apresentou-se com uma organização defensiva curta, compacta e coriácea [1], obrigando o rival a indagar uma construção longa que redundou em amplas arduidades para chegar com qualidade a zonas de definição, até pela sagacidade revelada por Sérgio Oliveira em metamorfosear-se, sempre que necessário, em terceiro central [1],, de forma a obstar às pungentes desmarcações de Talisca. A maior complexidade para os portistas acabou por ser a capacidade para resistir à belicosidade colocada pelo Besiktas no condicionamento da sua p imeira fase de construção, o que originou um número excessivo de passes errados, até porque a bola passou pouco pelos médios. Algo que só a espaços conseguiu contrariar, fruto das deslocações de Brahimi para o corredor central, que permitiram à equipa, fruto da maior proximidade entre as suas unidades, conectar-se com mais qualidade, explorando as debilidades do adversário em transição defensiva. Na sua primeira chegada a zona de finalização, o FC Porto colocou-se em vantagem, aproveitando mais um lance de laboratório idealizado por Sérgio Conceição [2],. Contudo, numa fase em que os dragões estavam a controlar o jogo, sofreram o empate num lance em que a deslocação de Cenk Tosun para o corredor esquerdo permitiu criar um desequilíbrio [3], antes de assistir Talisca, astuto a transformar uma situação de paridade em vantagem numérica em zona de finalização. Os primeiros 15 minutos da etapa complementar acabaram por ser os de maior sufoco para o FC Porto, incapaz de sair do seu meiocampo e de ligar jogo, face à agressividade superlativa colocada por um Besiktas empurrado pelo seu caldeirão. O que acabou por se desvanecer, já que o FC Porto, a partir do minuto 62, conseguiu adormecer o jogo com bola, impedindo que o rival criasse ocasiões de perigo.