Desculpa, Casillas ...estás perdoado?
O futebol tem esta capacidade de surpreender, pela positiva e pela negativa. Por mais elogios que se continuem a fazer à Liga portuguesa durante a transmissão televisiva dos jogos, não é muito difícil percepcionar as diferenças que se registam para a Liga inglesa. Em tudo. Não apenas na capacidade de gerar receitas e na sua distribuição, mas nos ritmos e na qualidade que projecta. Contudo, estávamos todos longe de admitir que o FC Porto fosse capaz de ‘encaixar’ 5-golos-5 (sem resposta), no Dragão, perante o Liverpool. O futebol é cruel. Andávamos todos no ramerramecá-da-paróquia, a olhar para o FC Porto e a admirar as suas marcas distintivas em relação à esmagadora maioria das equipas nacionais e eis que o Liverpool, pás-pás-toma-lápimba-thank-you e prega 5 na baliza de José Sá, muito cedo com a cabeça à roda e, também, com as mãos demasiado ensebadas.
Longe de mim culpabilizar o jovem guardião português por aquilo que foi um harakiri colectivo, mas este jogo serviu, também, para se perceber que o problema do FC Porto, dentro do campo, nunca foi… Casillas. Uma coisa é chegar-se à conclusão de que, dada a situação financeira do FC Porto, não se justifica ter um guarda-redes tão caro e fazer-se os possíveis para se arranjar uma solução que satisfaça as três partes (entidade patronal, treinador e jogador); outra coisa é relegar um activo (tão caro) para o banco de suplentes, quando o seu substituto não faz o suficiente para justificar a titularidade. Casillas ‘fez de morto’, não apareceu, até Janeiro, ninguém para o levar e, agora, perante o desconchavo de José Sá (igual ao do guardião espanhol, curiosamente também no espaço-Champions, que lhe fez perder a baliza), esta é a oportunidade de uma reparação. Mas será que Casillas está mesmo… perdoado?!