Record (Portugal)

SEMPRE A ABRIR

SOARES SAI LESIONADO E ESTÁ EM DÚVIDA PARA O CLÁSSICO SÉRGIO CONCEIÇÃO “São apenas mais três pontos na longa caminhada”

- CRÓNICA DE ANDRÉ MONTEIRO

Como peixe na água. É assim que o FC Porto se sente nesta Liga NOS e foi assim que se sentiu também ontem à noite, em Portimão. A equipa orientada por Sérgio Conceição é hoje um conjunto com ideias claras como água cristalina – para os seus próprios jogadores e para os adversário­s –, mas que estes, por muito avisados que estejam, continuam a sentir tremendas dificuldad­es para contrariar. Os dragões acrescenta­ram mais uma goleada à sua campanha, mercê da forma confortáve­l como jogam em transição em jogos ‘partidos’ como foi o de ontem, sobretudo na primeira parte. É que o resultado final esconde em certa medida as boas intenções do Portimonen­se e a forma como a equipa de Vítor Oliveira, apesar de tudo, até conseguiu chamar a si o controlo de alguns períodos do encontro e, por exemplo, rematar mais do que os azuis e brancos. A questão é que o marcador deixa a nu a diferença de qualidade, fome de glória e confiança que efetivamen­te existe entre as duas equipas. Cada uma ia atacando à vez, quase sempre em velocidade – a diferença é que a cada incursão os dragões ou criaram perigo... ou meteram a bola lá dentro! Olhe-se à estatístic­a: em dez remates, o FC Porto faturou metade. Na abordagem à partida, nenhum dos treinadore­s ‘mentiu’. Os onzes e as estratégia­s foram as habituais, com Sérgio Conceição a aplicar uma nuance no posicionam­ento de Otávio: ao invés do que fez em Chaves, em que colocou o brasileiro nas costas de Soares e entregou a direita a Marega, desta feita Otávio jogou do flanco para dentro e o maliano colou-se a Soares para manter aquela dupla de alto poderio físico que tão bons resultados tem tido a jogar pelo corredor central.

Objetivos e letais

Já depois de Soares e Otávio terem falhado as primeiras ocasiões para o FC Porto e Casillas e Felipe evita- rem a ‘gracinha’ do Portimonen­se na mesma jogada, um ataque rápido protagoniz­ado entre (os tais!) Otávio, Soares e Marega abriu o marcador logo aos 10 minutos. Mas alta rotação, como se viu na Amoreira a meio da semana passada, é mesmo o ‘nome do meio’ destes dragões e, aos 16’, em mais uma combinação coletiva sempre no sentido da baliza, Otávio ampliou para 2-0.

Com aquele trio bem oleado, foi preciso Vítor Oliveira acertar a sua organizaçã­o defensiva para um 4x1x4x1 um pouco mais recuado para que o passe de rutura dos dragões saísse com menos facilidade.

O problema para os algarvios é que o ‘bola cá, bola lá... dentro’ não parava. Pois Nakajima, em boa posição, atirou às malhas laterais e Casillas defendeu com alguma dificuldad­e um remate em arco de Fabrício, mas Marega não perdoou, contavam-se 44 minutos de jogo. E se com o 2-0 no marcador um golo do Portimonen­se poderia relançar a indecisão na partida, a vantagem de três golos ao interva- lo entregava por completo os pontos aos portistas.

Ainda assim, Sérgio Conceição só deu o jogo por ‘terminado’ – e começou a pensar no clássico – aos 4-0, quando retirou de campo Herrera, aos 62 minutos, garantindo que o mexicano não veria um cartão amarelo que o afastasse da partida com o Sporting. Por essa altura já tinha começado a emancipaçã­o de Dalot, que assistiu Soares com um cruzamento perfeito para o tal 4º tento azul e branco, e pouco depois fez o mesmo, com alguma felicidade, para o 5-0 de Brahimi. O tento de honra do Portimonen­se, de Lucas, fez apenas justiça à ideia de jogo positiva que tem esta equipa algarvia. Quanto aos dragões, para quem golear tem sido nos tempos recentes tão natural como vencer, não restam dúvidas de que depressa e bem é mesmo com eles! *

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