Record (Portugal)

JOÃO S OU SA BR I LH A

PRÓXIMO DUELO COM PEDRO SOUSA GARANTE PORTUGUÊS NOS ‘QUARTOS’

- JOSÉ MORGADO

NÚMERO 1 NACIONAL NÃO GANHAVA A UM TOP 100 EM PORTUGAL DESDE JULHO DE 2015, EM VIANA DO CASTELO

O grito de euforia e o sorriso estampado no rosto após o match point não enganava: João Sousa, nº 1 nacional e 68º colocado do ranking ATP, tinha acabado de colocar um desejado ponto final numa série de maus resultados em torneios portuguese­s no World Tour. O vimaranens­e de 29 anos, vencedor de dois torneios ATP e incontorna­velmente o melhor tenista português de sempre, jogou ontem algum do seu melhor ténis para derrotar o russo de 22 anos, Daniil Medvedev, número 50 mundial e uma das estrelas da nova geração – foi 3º no Masters sub-21 de Milão, em 2017 –, por 7-6(2) e 7-5, num encontro que se prolongou por 1h47 e onde chegou a ter um break de desvantage­m em ambos os parciais e, no caso do segundo set, por mais do que uma ocasião. Tranquilo e consciente do plano de jogo que tinha preparado, Sousa raramente perdeu a calma e soube utilizar as emoções e o público a seu favor, algo que nos últimos anos não tem conseguido fazer no Clube de Ténis do Estoril.

A vitória diante de Medvedev é a primeira de Sousa no novo Estoril Open e a primeira do minhoto num ATP em Portugal desde que chegou aos quartos-de-final, ainda no Jamor, em 2012. Sousa não batia um top 100 em solo nacional desde julho de 2015 (Jarkko Nieminen, na Taça Davis, em Viana do Castelo) e não superava alguém do top 50 perante o seu público precisamen­te desde o antigo Estoril Open, em 2012, na altura... Denis Istomin. O triunfo de João Sousa garante um português nos quartos-de-final do Estoril Open pela primeira vez desde a mudança de local e organizaçã­o, já que hoje é dia de duelo de Sousas, entre João e Pedro. No final do encontro, João Sousa admitiu que se sente melhor nesta edição do que nas anteriores. “É o ano em que estou mais bem preparado. Sem dúvida que me sinto mais tranquilo mentalment­e. Tenho vindo a jogar bom ténis e a fazer bons encontros e isso dá-me confiança. Estava bastante tranquilo e a dar o meu melhor. Se ganhasse, ganhava; se perdesse, perdia. As coisas correram muito bem e estou muito contente com a vitória. Sabia que se jogasse bem e se estivesse mentalment­e focado tinha muitas hipóteses de vencer”, confessou em conferênci­a de imprensa. O minhoto, que este ano tem como melhor resultado meias-finais em Marraquexe oitavos-definal em Miami, destacou ainda o apoio do público, com o qual não soube lidar durante muitos anos nesta mesma prova. “O apoio do público foi fundamenta­l, principalm­ente no início do primeiro set. Quando estive por baixo, eles acreditara­m sempre em mim. Eles queriam mesmo que eu vencesse!” *

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