Obrigado, querido Sergio!
COM O MELHOR BARÇA DA HISTÓRIA PELA FRENTE, O REAL MADRID GANHOU QUATRO DAS CINCO ÚLTIMAS CHAMPIONS. OS CATALÃES OU ARRANJAM UMA VACA MAIOR OU NÃO SE SAFAM
Carles Puyol, lenda viva do Barcelona e da seleção espanhola, convida os responsáveis catalães à reflexão: com o melhor Barça da história, como pôde o Real Madrid ganhar quatro das cinco últimas Ligas dos Campeões? A resposta imediata será a do talento. Zidane soma nove títulos conquistados em dois anos e meio – e isso é matemática, como diz aquele divertido senhor na televisão. Haverá outra explicação: é que se existem camisolas que ganham jogos, elas são do Real. A final de Kiev foi, aliás, um exemplo desse fenómeno. Acossados no seu meiocampo, levavam os madridistas um banho de bola quando o Liverpool ficou sem metade da alma – e do seu futebol – com a retirada forçada de Salah. Era o primeiro rombo.
GarethBale é daqueles predestinados aquemasorte sempre
sorri. Castigado por lesões, passa boa parte do ano a ouvir música nas salas de fisioterapia. Nas cinco temporadas em Madrid, disputou 189 partidas e marcou 88 golos. Já Cristiano Ronaldo participou em 239 jogos e apontou 249 golos, nas mesmas cinco épocas – uma pequena diferença! Pois veio do galês improvável o segundo golpe para Klopp e sua gente: um pontapé de bicicleta, dos que Bale consegue a cada 10 anos – e pro- videncial para uma nova transferência milionária –, adiantou decisivamente o Real. E numa noite em que Cristiano se mostrou desinspirado, o guarda-redes do Liverpool encarregou-se de constituir, e logo com carga dupla, o terceiro choque para os homens que nunca caminham sozinhos. Foi demasiado? Foi, mas o Real Madrid é assim, pelo que a meditação proposta por Puyol é capaz de ser insuficiente. Ou o Barça arranja uma vaca maior ou não se safa. Não há ‘doblete’ que valha uma Champions, essa é que é a verdade.
Soumadridistamas não vejo só aluz que emanado Bernabéu. Reconheço, por isso, que Sergio Ramos, não tendo feito falta, apostou no óbvio desequilíbrio de robustez física para ‘atropelar’ Salah. Não teve intenção de o afastar? Credo, que ideia! Entra com tudo, sim, e depois se vê. E viu-se. Viu-se o egípcio a sair, abraçado por Cristiano e por quem mais? Pelo nosso querido e eficaz Sergio. Um amigo teu, estimado Carles.
Asituação no Sporting passou
de penosa a surrealista. Nos canais de TV, multiplicam-se os debates e esgrimem-se argumentos tão batidos que acabam por funcionar a favor do presidente. Aliás, a intolerância dos indignados esmorece a cada dia que decorre sem notícias das prometidas rescisões dos jogadores. Escrevia-se ontem, no Record, que eles aguardam a demissão do líder, o que significa que esperam sentados. Basta ver como os membros dos corpos sociais que se demitiram são insultados e ameaçados nas próprias instalações do clube – andarão por lá alguns dos arruaceiros que fugiram de Alcochete e que a polícia tarda em identificar? – para se perceber a capacidade de regeneração anímica do mal e para se esbarrar no fator talvez mais preocupante: a energia em stock destinada à resistência do ‘grupo dos 7’, que parece chegar para o que há-de vir. Algo de novo, no entanto, nos trazem os ventos de Alvalade: a perceção da competência de Jaime Marta Soares para estas vidas. Na minha, com tristeza o digo, está próxima do zero.
SE OS JOGADORES AGUARDAM A DEMISSÃO DO PRESIDENTE, PODEM ESPERAR SENTADOS