Record (Portugal)

PINTO DA COSTA “Atenção que não estou a despedir-me”

Sem nunca referir o nome do Sporting, líder dos dragões falou de um futebol que “também é uma luta leal e uma prova de solidaried­ade”

- ANTÓNIO MENDES

TIGRES TENTA HERRERA

Pinto da Costa ao ataque e também à defesa num discurso para quase 500 dragões na inauguraçã­o da casa do FC Porto em Felgueiras. O líder, depois de receber os habituais elogios pelo seu carisma e omnipresen­ça, discursou com várias interrupçõ­es para aplausos, chegando a tocar em temas mais sensíveis da atualidade. Sem nunca se referir diretament­e ao Sporting e à crise que está definitiva­mente instalada em Alvalade, Pinto da Costa fez mesmo questão de se mostrar solidário ao abordar um futebol onde também pode haver ética.

“O futebol não é só o que certos ‘paineleiro­s’ apresentam nas televisões”, começou por dizer, provocando uma gargalhada geral na sala, registando o que lhe ia na alma logo da seguir: “O futebol também é uma luta leal e uma pro- va de solidaried­ade, onde também é possível existir ética, onde também é possível respeitar quem está na mó de baixo.” Prosseguin­do nessa onda de abordar temas mais ‘quentes’, Pinto da Costa falou depois das “muitas dificuldad­es” que existem “na vida, no futebol e até nos bancos”, neste caso sem registar algum foco nas suas palavras. “Há muita gente que vive com grandes dificuldad­es e que está a pagar os assaltos aos bancos. Nós felizmente ainda podemos vir aqui comer, mas há muitos que não têm o que comer porque o dinheiro vai para essas falcatruas que todos nós sabemos que existem”, fez ainda questão de registar o líder dos dragões, fazendo alusão indireta à notícia do ‘Correio da Manhã’ sobre a perda de 24,5 milhões de euros por parte da Caixa Geral de Depósitos num acordo com Luís Filipe Vieira

Firme e hirto no poder

Num discurso que versou, enfim, uma variedade de temas, Pinto da Costa não deixou de se referir à sua continuida­de como presidente do FC Porto, deixando bem claro que acabou por ser “mal interpreta­do” pelo seu último discurso, como se estivesse já a despedir-se dos 36 anos de presidênci­a. Puro engano, como se percebeu pelo que disse de pronto: “O que eu disse é que era preciso que sócios e adeptos apoiem os jogadores o treinador e o presidente, seja ele qual for, sendo eu ou não, porque poderá acontecer mais cedo do que se pensará. Fui interpreta­do como se estivesse a despedir-me e a ir embora, mas atenção que não estou a despedir-me.” “Houve um jornal que no outro dia arranjou logo sete candidatos. Até fui consultar os estatutos para saber se era possível haver um presidente por cada dia da semana”, continuou Pinto da Costa, dando por concluído o tema com mais certezas: “Desses sete candidatos até há pessoas que muito prezo e que têm capacidade para gerir o FC Porto melhor do que eu, mas têm de esperar um bocadinho. Até disseram lá que o meu filho não podia e eu fui ver o cadastro dele e vi que está limpo. Não sou de abandonar e enquanto Deus me der vida e saúde e vocês quiserem eu serei presidente.” E com esta frase a sala saltou em uníssono num ‘Pinto da Costa, olé’, o que levou o eterno presidente dos dragões a terminar com uma promessa: “Volto daqui a 13 anos. Enquanto aguentar é com prazer que faço estas visitas.” *

“FUI INTERPRETA­DO COMO SE ESTIVESSE A DESPEDIR-ME E A IR EMBORA. ATENÇÃO QUE NÃO ESTOU A DESPEDIR-ME...”

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