Record (Portugal)

Patrão deu as ordens

- José Fonte Pepe João Moutinho Raphaël Guerreiro William Cédric

Portugal teve ontem o teste mais duro na preparação para o Mundial, diante uma Bélgica que transpira talento. O empate a zero acaba por ser um resultado positivo, mas mais ainda foi a forma como a Seleção foi quase sempre capaz de controlar o jogo, apesar de dificuldad­es em atacar de forma organizada e de alguns erros em transições defensivas.

Fernando Santos utilizou claramente o encontro de Bruxelas para preparar a estreia no

MELHOR PERÍODO DA SELEÇÃO NACIONAL SURGIU QUANDO BERNARDO SILVA SE FIXOU AO FLANCO DIREITO

Mundial, diante da Espanha. Os belgas apresentar­am uma defesa a três, com alas a fazer o corredor inteiro, o que obrigou Gelson e João Mário a atenção permanente para não deixarem Cédric e Raphaël Guerreiro em inferiorid­ade numérica. Os primeiros 15 minutos foram de sufoco completo, com o 4x4x2 apresentad­o por Fernando Santos [ 2], com linhas muito bem defini- das, mas dando espaço para a a primeira fase de construção dos belgas, o que facilitava os movimentos interiores de Hazard, Mertens e também De Bruyne.

Neste período, Portugal não existiu na frente e os ataques da equipa das quinas traduziam-se em pontapés longos. Mas à medida que a pressão da Bélgica ficou mais ténue, a Seleção Nacional conseguiu ter bola, muito por culpa da ação de João Moutinho, cerebral no comando do jogo [ 1] e capaz de esconder algumas dificuldad­es de William, especialme­nte nas transições defensivas. Na frente, a excessiva mobilidade dos atacantes de Portugal acabou por ser um problema, dada a falta de referência­s. Mas no quarto de hora final da primeira parte, quando Bernardo Silva se fixou definitiva­mente à direita, a equipa nacional teve as melhores oportunida­des para marcar [ 3]. Ora construída­s pelas diagonais do baixinho do Manchester City ora em contraataq­ues rápidos protagoniz­ados por Gelson e Gonçalo Guedes.

Asegundapa­rte não trouxe grandes novidades ao jogo de Portugal, que acabou por perder alguma capacidade ofensiva com a saída de Gelson. Bem em posse, com controlo do jogo, mas sem grande capacidade para criar desequilíb­rios quando o adversário estava organizado. O bloco baixo, apesar de uma ou outra situação mais tremida, acabou por manter a baliza de Beto a zeros. O que, em futebol, é meio caminho andado para a vitória.

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