Revolução inesperada e turbulenta
Se há algo de que ninguém estava à espera, era ver uma equipa como a Espanha, apontada como uma das potenciais vencedoras da competição, ficar sem treinador na véspera do arranque do Campeonato do Mundo e a escassas 48 horas de entrar em campo para medir forças com Portugal. Mas, perante a surpresa geral, foi mesmo isso que sucedeu. Um escândalo sem paralelo, pelo menos no que se refere a equipas com pergaminhos na modalidade.
A forma pouco cuidada como o Real Madrid encetou negociações com o técnico Julen Lopetegui esteve no cerne do imbróglio. Contudo, atendendo à reação do presidente da federação espanhola (Luis
A SAÍDA DE LOPETEGUI SURPREENDEU TUDO E TODOS E PODE TER PROVOCADO CLIVAGENS NA EQUIPA
Rubiales), pior foi a posição do treinador que, a fazer fé nos relatos, só informou os dirigentes escassos minutos antes de o clube fazer o anúncio da respetiva contratação. A dispensa foi a solução encontrada, sendo Hierro promovido de diretor desportivo a técnico. Significa isto que a equipa espanhola deixou de ter valor, de poder continuar a sonhar com o título? Claro que não! Porém, é óbvio, o clima não é o melhor. Os jogadores do Real Madrid não queriam a saída do agora seu técnico no clube; os do Barcelona ficaram impávidos e, naturalmente, a imprensa distribuiu críticas violentas em todas as direções, como que antecipando uma estreia (e uma prova) negra. Talvez não seja caso para tanto mas, efetivamente, esta não foi a melhor maneira de afinar a ‘máquina’ antes de um duelo que, todos sabemos, deverá ser o mais complicado na fase de grupos. Resta perceber se Hierro vai já arriscar alguma alteração (mínima que seja) no plano de jogo que estava pensado ou se, de forma mais serena, deixará tudo como dantes e apenas vai gerir esta enorme e inesperada confusão.