Record (Portugal)

JÁ PENSA NAS ÁGUAS DE TÓQUIO

- RAFAEL SOARES

Pernille Blume, de 24 anos, é, possivelme­nte, a maior figura da natação na Dinamarca. A idade, refira-se, é enganadora, tendo em conta a experiênci­a já acumulada por este talento nórdico. Em 2012, por exemplo, já competia no palco onde todos sonham estar, os Jogos Olímpicos. Em Londres, participou numa mão-cheia de provas, entre estafetas e competiçõe­s individuai­s, mas aí só por equipas se conseguiu evidenciar. Nos 4x100 livres, o quarteto onde ela se inseria, juntamente com Mie Nielsen, Lotte Friis e Jeanette Ottesen, terminou em sexto lugar na final e até bateu um recorde nacional. No entanto, a fama só apareceu quatro anos depois, no Rio de Janeiro (Brasil). Aí, subiu ao lugar mais alto do pódio sem precisar da ajuda de ninguém, arrancando a vitória nos 50 metros livres. O sucesso estava alcançado e rapidament­e o talento de Pernille Blume ficou conhecido além-fronteiras, bem como o seu visual, tipicament­e nórdico, que cativou atenções. No entanto, a prioridade de Blume é e sempre foi a competição. Realiza algumas campanhas publicitár­ias, é certo, mas o seu estilo discreto acaba sempre por vir ao de cima. Daí que em grande parte das entrevista­s o foco passe precisamen­te pela natação... e pelo sonho de brilhar nos Jogos Olímpicos de 2020.

“A não ser que eu seja atropela- da por um autocarro, vou estar em Tóquio. Não penso nisso em cada treino, porque ainda falta algum tempo, mas sei que tudo o que faço terá influência para quando lá chegar”, referiu a jovem ao site dinamarquê­s BT. No entanto, o sucesso não lhe subiu à cabeça e evita pensar em pressão. “Não deixo o que conquistei de lado, porque me Pernille Blume já conheceu vários momentos de sucesso. No entanto, a vida da dinamarque­sa não foi sempre um mar de rosas, já que a nadadora enfrentou uma depressão, quando foi inserida no centro de elite de nadadores, em Bellahoj. O sistema rígido retirou-lhe independên­cia e liberdade, e Blume não aguentou. “Era muito jovem quando isso aconteceu e percebi que aquilo não era para mim. Cheguei a perder a minha própria voz. Afundei por completo e pensava: ‘Qual é a razão para fazer isto? Vou passar a minha vida assim?’”, revelou ao site dinamarquê­s DR. Chegou a ponderar terminar a carreira, mas não o fez, garantindo que agora é ela a dar a última palavra sobre os seus treinos. deu muitas coisas positivas e fiquei muito forte mentalment­e, mas continuo a ser a mesma pessoa, com os mesmos objetivos dentro de água”, sublinhou. *

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