Nascidos para vencer
Esta é uma geração plural nascida para vencer. Assim ficou comprovado no Europeu de França e assim anseio venha a ser demonstrado no Mundial da Rússia, ultrapassada que está a fase de grupos e o objetivo primordial cumprido: Portugal já integra o restrito grupo das 16 melhores seleções do Mundo. Onde o continente africano já não está representado, pela primeira vez desde 1982, e onde, surpreendentemente, não cabe a campeã em título Alemanha e vencedora, há um ano, da Taça das Confederações, uma das principais candidatas desta competição, mas que acabou por fazer história pelos piores motivos: foi pela primeira vez eliminada na fase de grupos e, igualmente relevante, ficou no último lugar, atrás de Suécia, México (qualificados) e Coreia do Sul. Não se previam facilidades para ninguém, todavia o campeão da Europa mantém-se em prova enquanto a campeã Mundial já está de regresso a casa. O futebol é uma caixinha de surpresas, imprevisível, e por isso é tão aclamado e apaixonante. Ao contrário do que aconteceu em França, o segundo lugar do grupo colocou Portugal no lado errado do quadro, pelo menos no plano teórico. Argentina, Brasil ou França, todos ex-campeões Mundiais, ali estão para emparelhar connos- co. Mas, tal como sempre disse, teremos de dar um passo de cada vez e por agora esse passo leva-nos ao Uruguai, o primeiro classificado do Grupo A, que cumpriu o desafio da primeira fase apenas com vitórias e, relevantíssimo, sem qualquer golo sofrido (aliás, esta equipa não sofreu golos no ano civil de 2018). Por oposto, apontou cinco golos nesta prova e todos resultantes de lances de bola parada. Conclusão: teremos de ter o melhor Portugal para desbloquear o jogo defensivamente muito coeso e ofensivamente direcionado para a fortíssima dupla de avançados dos sul-americanos e para que possamos continuar a sonhar. Concentrados, unidos, solidários, organizados e atentos aos detalhes, porque esses fazem a diferença nestes jogos que passam a ser finais e onde um único erro pode ser fatal. Mas os nossos jogadores nasceram para vencer, têm qualidade para vencer e, acredito, farão do orgulho nacional a sua bandeira.