Saida de Campeao
PORTUGAL PODE QUEIXAR-SE DE ALGUMA FALTA DE SORTE. EM DIVERSOS PERÍODOS DOMINOU COMPLETAMENTE O JOGO E ENCOSTOU O URUGUAI ÀS CORDAS. FOI-SE UM SONHO QUE ERA DE TODOS NÓS
GRANDE 2ª PARTE NÃO CHEGOU PARA CONTINUAR NO MUNDIAL
FERNANDO SANTOS “Preferia ter jogado menos e ganhar”
DOIS GOLOS DE CAVANI DESFIZERAM SONHO PORTUGUÊS
HOUVE, POR VEZES, TOQUES A MAIS E ALGUM DESPERDÍCIO EM LANCES DE BOLA PARADA
Portugal despediu-se do Mundial da Rússia mais cedo do que os portugueses desejavam. Foi-se um sonho, que era do selecionador, dos jogadores, de todos nós, de voltar a erguer um grande troféu. O Mundial passou a ser uma miragem ou algo para tentar daqui a quatro anos, porque não falta qualidade nos jogadores portugueses e também não falta qualidade à estrutura federativa que suporta a Seleção Nacional. Portugal cometeu erros defensivos que, a este nível, são fatais, mais ainda quando do outro lado há um futebolista com a qualidade de excelência de Cavani. Foi ele quem fez a diferença num jogo que Portugal dominou a partir do momento em que sofreu o golo e foi à procura do empate.
A equipa pode não ter utilizado os melhores caminhos para chegar ao empate, mas chegou e, quando estava por cima do jogo, a controlar bem a bola e a criar alguns momentos de muito perigo para a equipa adversária, eis que ‘reentrou’ no jogo Cavani, com um golo fenomenal, ao qual temos de fazer referência, porque é um extraordinário momento de futebol. Golos como este ou como o de Ricardo Quaresma contra o Irão ajudam a escrever a história dos Mundiais e trazem mais gente para o futebol.
Depois do segundo golo de Cavani, só deu mesmo Portugal, que dominou em absoluto o encontro, criou momentos de grande aflição à forte defesa adversária, encostou o Uruguai às cordas, mas por culpa própria, por mérito do Uruguai e por alguma falta de sorte... e a sorte não acompanhou Portugal neste jogo. Fizemos tudo bem? Não, houve toques a mais, houve algum desperdício dos lances de bola parada, particularmente dos cantos – e foi na sequência de um canto que Portugal marcou – e também alguma falta de discernimento nos momentos finais, mas aí já se jogava mais com o coração, e isso não é pecado, é uma circunstância natural da condição humana. Quando queremos muito uma coisa, perdemos às vezes o norte.
Apesar da eliminação, Portugal tem de sair de cabeça erguida deste Mundial, porque também proporcionou bons momentos, como foi o jogo com a Espanha. Um Mundial é assim, nem todos podem chegar ao fim. Veja-se o exemplo da Alemanha, campeã em título, que nem passou à fase de grupos. Eu sei que com o mal dos outros nós podemos bem, mas há muitas razões para acreditarmos no futuro, porque Portugal tem excelentes jogadores, sabe o caminho que quer seguir, não faltam jovens com qualidade à espera que chegue o dia deles e só temos de continuar com orgulho a tentar obter maiores êxitos. O Europeu não será único com toda a certeza. E há outra coisa. A atitude dos jogadores em cada jogo deste Mundial é algo que nos deve deixar muito felizes. Foram guerreiros.