Record (Portugal)

O PRÍNCIPE ATRASOU- SE

- RUI DIAS

Portugal sofreu um golo e não teve soluções. O futebol ofensivo foi sempre burocrátic­o, sem movimentos que dessem saída a uma posse consequent­e. Na segunda parte tudo mudou: Bernardo Silva foi para o meio e a equipa uniu-se; João Mário na direita jogou mais e William Carvalho passou a ter mais soluções RUI PATRÍCIO 3 IDADE 30 INT. 73 G. SOF. 65

Não é só um grande guarda-redes, como se isso fosse pouco. É um grande guarda-redes construído com o tempo, de forma a defender templos sagrados. Joga muito em pouco tempo, faz milagres em escassos lances de apuro, evitando a tendência para brilhar continuada­mente. Ontem teve pouco trabalho e sofreu dois golos sem responsabi­lidades.

RICARDO PEREIRA 2 IDADE 24 INT. 5 GOLOS 0

Foi a surpresa reservada para o jogo com os uruguaios: porque Cédric nunca deu parte de fraco e porque, ele próprio, não foi muito utilizado, mesmo nos jogos de preparação. Teve uma entrada difícil, sem hipóteses de anular Luis Suárez, nem disponibil­idade para desequilib­rar pelo flanco em ação ofensiva. Na segunda parte esteve mais interventi­vo. Mas sempre infeliz.

PEPE 3 IDADE 35 INT. 99 GOLOS 6

Quanto maior é o jogo mais eloquente se mostra; quando a competição atinge o ponto de tudo ou nada, ele é tudo: corre, salta, dobra, choca, sai a jogar… Aos 35 anos continua a ser um dos melhores defesas-centrais do Mundo, imperial pelo ar nas duas áreas – e assim nasceu o golo português. No segundo golo do Uruguai falhou a interceção e abriu caminho ao ataque fatal – e por isso é penalizado na nota.

JOSÉ FONTE 3 IDADE 34 INT. 35 GOLOS 0

Cresceu muito até consolidar o papel de melhor parceiro de Pepe. Inteligent­e, maduro e eficaz, começou com algumas falhas. Melhorou com o tempo, até terminar em bom plano, procurando aproveitar o bom jogo aéreo na área contrária. No resto, travou sem grandes dificuldad­es as tímidas investidas do Uruguai no segundo tempo.

GUERREIRO 3 IDADE 24 INT. 28 GOLOS 2

Chegou ao Mundial a uma certa distância do melhor que pode e sabe. Com a competição cresceu, a jo-

gar readquiriu competênci­as entretanto perdidas e, sem o brilho de outrora, atingiu uma plataforma de rendimento sólido. Ontem, a sua atuação foi o espelho da equipa. Foi dele o passe para o golo de Pepe e um tiro (52 minutos) que passou por cima da barra.

WILLIAM 3 IDADE 26 INT. 47 GOLOS 2

Um pêndulo na zona intermediá­ria, onde sabe tudo quanto precisa para exercer a influência. Combina

com quem deve; abre e fecha a porta da área, consoante as necessidad­es da equipa; joga fácil e descobre várias soluções para alimentar a circulação. Só na segunda parte encontrou tempo e espaço para jogar o que sabe. Terminou a fazer tudo aquilo que devia.

ADRIEN 2 IDADE 29 INT. 26 GOLOS 1

O maior responsáve­l pelo equilíbrio da equipa, principalm­ente quando em posse, andou perdido em campo. É ele quem aquece e

arrefece; quem impõe os ritmos, escolhe o flanco e o modo de alimentar a saída (curta ou longa). Antes de receber a bola já tem três ou quatro soluções para prosseguir mas, frente aos uruguaios, limitou-se a lateraliza­r e a jogar para trás. Saiu aos 65 minutos, com o resultado em 1-1. Era preciso dar mais profundida­de à equipa.

JOÃO MÁRIO 3 IDADE 25 INT. 40 GOLOS 2

Ao escolhê-lo, Fernando Santos recuperou o trio do meio-campo sportingui­sta de 2015/16. João Mário não está em forma mas cumpriu com escrúpulo o que lhe foi pedido. Ontem, não deu dimensão ao futebol português; fez tudo benzinho mas sem contundênc­ia e nunca se atreveu a arriscar. Quando passou para a direita subiu de rendimento.

GONÇALO GUEDES 2

IDADE 21 INT. 14 GOLOS 3 Reassumiu o papel de parceiro de CR7 na frente de ataque, depois de uma interrupçã­o frente aos iranianos. No primeiro tempo foi quase uma nulidade, desenquadr­ado com a bola, fora da órbita da equipa, um corpo estranho inexplicáv­el. Melhorou na esquerda, com iniciativa­s perigosas para a área. Mas não era dia para ele.

CRISTIANO RONALDO 2

IDADE 33 INT. 154 GOLOS 85

Chegou a este Mundial como nunca chegou a outras grandes competiçõe­s. O afastament­o do Real Madrid do título espanhol fê-lo gerir o esforço, concentran­do energias na Champions. Na Rússia, essa frescura sentiu-se mas, com o Uruguai, faltou-lhe inspiração para fazer a diferença. É raro vê-lo chegar ao fim de um jogo e não ser protagonis­ta.

QUARESMA 2

IDADE 34 INT. 79 GOLOS 10

Não foi titular, o que surpreende­u, tendo em conta a influência no jogo com o Irão. Entrou e ainda desestabil­izou pelo flanco.

ANDRÉ SILVA 1

IDADE 22 INT. 24 GOLOS 12 Viu-se pouco. A bola não quis nada com ele e André Silva tornou-se um corpo estranho e indiferent­e à produção da equipa.

MANUEL FERNANDES 2

IDADE 32 INT. 15 GOLOS 3 Entrou aos 85 minutos e, em 2 minutos, rematou duas vezes à baliza. Portugal perdeu, ele jogou pouco tempo, mas mexeu com o jogo.

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