Record (Portugal)

O perigo do anfitrião

- Juan Ignácio Gallardo

Chegou a hora da verdade. Depois de dois anos e umas 200 seleções a competir, o Mundial entra na sua fase decisiva: 16 países (na verdade apenas 14, depois das eliminaçõe­s de ontem) jogando a vida ou a morte. Não há margem de erro. Não são permitidas falhas. Porque o que ganha segue em frente e o que perde vai para casa.

Espanha chega a esta fase culminante, emocionant­e e cruel com ânimos renovados após as más sensações deixadas pela equipa no último jogo, frente a Marrocos. Esta semana serviu para recuperar a calma e a esperança, para tirar dúvidas e devolver certezas em torno de uma equipa na qual se pode acreditar.

Espanha tem talento mas necessita de maior velocidade, mais profundida­de no seu jogo e menos ‘despistes’ defensivos. O excesso de toque sem verticalid­ade e a falta de concentraç­ão na defesa fazem disparar os alarmes. A boa notícia é que há muita margem de manobra e que recuperand­o o bom nível habitual, Espanha pode chegar longe.

O primeiro posto do grupo, conseguido ‘in extremis’, graças a uma dupla decisão do VAR, situou La Roja na parte da competição mais agradável (ainda que num Mundial não se possa falar em nada que seja fácil).

O caminho começa hoje com um choque com os anfitriões, a Rússia, no repleto estádio de Luzhniki. 80 mil pessoas darão ânimo aos russos, frente a uma Espanha que deve corrigir o seu jogo e a sua história. Os confrontos contra as equipas organizado­ras nos grandes campeonato­s correm-nos quase sempre mal.

Paratentar o assalto aos quartos-de-final, Fernando Hierro manterá De Gea na baliza, pese a opinião das bancadas, que gostariam de apostar em Kepa, e introduzir­á Koke

QUE A ÚNICA TEMPESTADE EM MOSCOVO SEJA DE GOLOS.

no onze. Será a mesma equipa (com Carvajal no lugar de Nacho) que empatou com Portugal. Esse foi o melhor encontro disputado até agora por Espanha. É um onze que dá garantias, uma formação de nível para tentar superar os russos. Confio nesta equipa.

No estádio haverá uma pessoa talismã: o rei Felipe VI, a quem Putin não acompanhar­á porque está incomodado, pois ao jogo inaugural não foi nenhum grande governante.

Piorparael­e. Perderá um grande jogo. Isto desde que que o temporal e os ventos quase ciclónicos que ameaçam Moscovo não estraguem o jogo. Espero que a única tempestade seja de golos. De golos de Espanha.

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