Record (Portugal)

Mais longe era possível

- SAÍDADECAM­PO António Magalhães DIRETOR

Portugal despediu-se do Mundial depois de um jogo em que merecia claramente um final mais feliz. Se a estatístic­a ganhasse jogos, estávamos garantidos nos ‘quartos’, mas a este nível não é de confiar nos números. A posse de bola, essa obsessão de tantos treinadore­s, muitas vezes nada representa. O saber prático é bem mais eficaz que o conhecimen­to elaborado. O Uruguai deu-nos uma lição que nós aplicámos a outros. Ficou a convicção clara de que poderíamos ter ido mais longe.

Ronaldo e Messi saíram de cena no mesmo dia. Mera coincidênc­ia mas quem sabe um sinal de que o seu reino não dura para sempre. Mbappé e Griezmann, Cavani e Suárez, Neymar e Coutinho, Hazard e Kane estão prontos para o assalto ao trono.

Não era fácil encontrar uma solução para o vazio técnico que se abriu no Sporting depois de se confirmar a dispensa de Mihajlovic. O contexto condiciona­va a escolha e a aceitação. Perante este quadro tão limitado, é José Peseiro quem chega. É o regresso de um técnico que teve recursos e arte para pôr o Sporting a jogar bonito mas que ficou com o estigma do ‘quase’, provocando até a queda solidária de Dias da Cunha. Atendendo às circunstân­cias e às opções, Peseiro é uma boa solução. Já se habituou a cenários de dificuldad­e, mantém um gosto estético e sabe ao que vem.

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