Mais longe era possível
Portugal despediu-se do Mundial depois de um jogo em que merecia claramente um final mais feliz. Se a estatística ganhasse jogos, estávamos garantidos nos ‘quartos’, mas a este nível não é de confiar nos números. A posse de bola, essa obsessão de tantos treinadores, muitas vezes nada representa. O saber prático é bem mais eficaz que o conhecimento elaborado. O Uruguai deu-nos uma lição que nós aplicámos a outros. Ficou a convicção clara de que poderíamos ter ido mais longe.
Ronaldo e Messi saíram de cena no mesmo dia. Mera coincidência mas quem sabe um sinal de que o seu reino não dura para sempre. Mbappé e Griezmann, Cavani e Suárez, Neymar e Coutinho, Hazard e Kane estão prontos para o assalto ao trono.
Não era fácil encontrar uma solução para o vazio técnico que se abriu no Sporting depois de se confirmar a dispensa de Mihajlovic. O contexto condicionava a escolha e a aceitação. Perante este quadro tão limitado, é José Peseiro quem chega. É o regresso de um técnico que teve recursos e arte para pôr o Sporting a jogar bonito mas que ficou com o estigma do ‘quase’, provocando até a queda solidária de Dias da Cunha. Atendendo às circunstâncias e às opções, Peseiro é uma boa solução. Já se habituou a cenários de dificuldade, mantém um gosto estético e sabe ao que vem.