Record (Portugal)

GONÇALO SANTOS NA ‘SEGUNDONA’… POR AMOR

Depois de ano e meio sem jogar, desarmou uma lesão terrível, fintou uma bactéria temível e saiu a jogar como tão bem sabe. Guardiola que o diga…

- ANTÓNIO ADÃO FARIAS

MÉDIO JURA FIDELIDADE AO ESTORIL

Nasceu em Lamego, fez-se jogador em Coimbra, brilhou na Amoreira, venceu na Croácia. Fénix renascida na Vila das Aves, tornou ao Estoril para provar que era afinal possível voltar a um sítio onde fora feliz. A história de Gonçalo Santos cruza a dispensa da Académica, o brilharete com Marco Silva, as conquistas pelo Dínamo Zagreb, a lesão que quase lhe amputou a carreira e a história de amor que agora o leva a recusar sair da Linha.

“Voltei ao clube em janeiro porque senti que precisava tanto de mim como eu dele. O Aves não me queria deixar sair, mas regressei ao Estoril por amor”, confessa, lembrando o convite que o levou a deixar outro emblema muito especial. “Estarei eterna- mente grato ao Aves porque acreditou em mim depois da terrível lesão que tive”, sublinha. Gonçalo assinou no início de 2017/18, após meses de tormenta, provocada por “uma rutura de ligamentos num joelho, acompanhad­a pela infeção causada por uma bactéria”, muito semelhante à que ditou o final precoce da carreira de Mauro, antigo capitão do Sp. Braga. “Estive parado ano e meio, sofri muito, temi pela carreira, fui internado três semanas, fiz três operações em sete dias... Felizmente recuperei e surgiu o Aves, clube que me marcou porque me ofereceu três anos de contrato, sabendo que eu tinha 30 anos e não jogava há época e meia”, agradece.

De volta à luta, Gonçalo sentiu “muitas dificuldad­es na pré-época”, mas acertou o passo. “Felizmente voltei a jogar. Não tanto quanto queria, mas por opção técnica. O plantel era muito bom. O Aves ganhou a Taça de Portugal, mas até tinha equipa para fazer muito melhor na Liga”, exalta quem também se pode gabar do feito avense. Foram três minutinhos apenas, mas chegaram para segurar a vantagem mínima em Vila Real, ponto de partida de tão gloriosa caminhada.

A felicidade do regresso à Amoreira contrasta com a angustiant­e descida de divisão. Como capitão que se preze, Gonçalo Santos recusa abandonar o barco. “Descemos, mas gosto do clube e quero ajudar a recolocá-lo na Liga.” Antes do arranque da pré-época - agora já em andamento -, fez-se ao caminho a partir de Coimbra “com a ajuda preciosa” de João Simões, ‘personal trainer’ de créditos reconhecid­os na arte de carregar canetas a jogadores da bola. “Fiz um trabalho personaliz­ado no CrossFit Mondego porque sabia que ia tirar partido disso. Pode parecer que não tem nada a ver, mas tem! Fiz um trabalho de fortalecim­ento, seguindo um plano elaborado pelo João. Ia para lá todas as manhãs levantar pesos que nem um louco e saía sempre de rastos, mas com a sensação de que ficava melhor a cada dia que passava”, sublinha. Eis Gonçalo Santos, ansioso por mais um capítulo da sua história. *

“VOLTEI AO CLUBE EM JANEIRO PORQUE SENTI QUE PRECISAVA TANTO DE MIM COMO EU DELE, FRISA O JOGADOR DO ESTORIL

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REGRESSO. Gonçalo voltou a Portugal em 2017, após a aventura no Dínamo Zagreb, que terminou da pior forma
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