Record (Portugal)

“ESTAVA LONGE DE PENSAR EM VOLTAR”

Aos 68 anos, regressa ao clube onde deixou longo legado entre 1985 e 2000. Incapaz de resistir ao convite de Sousa Cintra e preparado para o desafio, o novo diretor clínico deita hoje mãos à obra. Com Virgílio Abreu na equipa F ERN AN DO FER R EI RA

- VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES

Regressa ao Sporting 18 anos depois de ser dispensado e após uma longa passagem entre 1985 e 2000. Estava à espera deste convite repentino? FERNANDO FERREIRA – Hoje em dia no Sporting é tudo para ontem. O presidente Sousa Cintra ligoume na quarta-feira (27 de junho), disse-me que havia um problema no departamen­to médico, explicou-me a situação. Não tive alternativ­a. Estava longe de pensar que podia voltar, mas aceitei por dois fatores: pelo Sporting e pela pessoa que nesta altura tem a responsabi­lidade de dirigir o Sporting. Estou a tentar digerir tudo isto para correspond­er à expectativ­a que me foi colocada, de organizar o departamen­to médico. Não vai ser fácil, estamos em cima do início da época. Mas vai correr bem.

Sente-se preparado, atualizado e com argumentos para dar resposta ao desafio de ser diretor clínico do Sporting, tantos anos depois de sair?

FF – Nós médicos, em qualquer especialid­ade, nunca paramos de evoluir. Temos de acompanhar sempre as tendências e, nomeadamen­te, as novas tecnologia­s e as técnicas. Não estive ausente. Na minha área, que é a traumatolo­gia desportiva, vocacionad­a em particular para o futebol, mantive-me atualizadí­ssimo. No resto, irei rodear-me de pessoas que tenham valências nas outras especialid­ades. Como costumo dizer, as pernas e os joelhos são iguais para todos (risos). Depois, é preciso é tentar adaptar os conhecimen­tos de modo a prevenir as lesões e a tratálas com máxima celeridade e competênci­a quando elas acontecem.

Virgílio Abreu já estava na equipa liderada por Frederico Varandas e tem também umpassado de muitos anos no clube. Fará parte da nova direção clínica?

FF – Virgílio Abreu já é um histórico do Sporting. Esteve comigo na minha primeira passagem pelo clube. Aliás, era o meu braço-direito. Era o médico dos juniores. Temos uma relação profission­al próxima. Telefonei-lhe e ele disponibil­izou-se para ajudar a transmitir as informaçõe­s que eu precisava. É uma das pessoas que irá estar comigo.

Já estão definidos os restantes elementos da estrutura médica? FF - Temos de ir por etapas. O departamen­to médico, neste momento, tem uma dimensão grande. No futebol, além da equipa A, temos o futebol de formação e o feminino. Temos ainda as modalidade­s amadoras. É um mundo enorme. Tenho de estabelece­r prioridade­s – a equipa A e os Sub-23 que vão começar a trabalhar esta semana – e depois reorganiza­r tudo o resto. Não é possível fazer tudo de um momento para o outro. Todas as pessoas que estejam disponívei­s e tenham currículos que correspond­am ao meu perfil ficarão comigo.

Admite ficar com outras pessoas da anterior estrutura, para lá de Virgílio Abreu?

FF – Admito. Esse foi um dos motivos por que falei com o Dr. Frederico Varandas. Queria saber a opinião dele sobre alguns elementos que eram passíveis de ficar. Agora passaremos à avaliação de cada um deles. Como digo, desde que as pessoas tenham condições é preferível ficar com a prata da casa do que ir à procura de alguém que não conheça a estrutura. É uma vantagem. As integraçõe­s levam sempre algum tempo e assim a questão não tem de se colocar. Haverá pessoas que foram despedidas neste processo. É complicado. Terei de ver as que têm condições. *

“NÓS, MÉDICOS, NUNCA PARAMOS DE EVOLUIR. TEMOS DE ACOMPANHAR AS TENDÊNCIAS. NÃO ESTIVE AUSENTE”

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