Carta aberta a Carlos Vieira
Dirigiu V. Ex.ª os destinos do Sporting nos últimos anos, em conjunto com Bruno Miguel Azevedo de Carvalho, tendo tido a responsabilidade das finanças do clube e da SAD. Ouvimos repetidamente a mentira apregoada pelo ex-presidente , de que foi obra sua e dele a reestruturação financeira concretizada em 2014, apesar de todas as pessoas que diretamente participaram nesse processo terem sempre negado tal facto e saberem que foi com o Eng. Luís Godinho Lopes e o Dr. Sikander Sattar que tal reestruturação foi negociada, à exceção do Dr. José Maria Ricciardi que precisou de mais de cinco anos para vir a público esclarecer tal facto.
Aliás, pelas contas da S AD depositadas na CMVM, é fácil const atar que não eram capazes de negociar qualquer reestruturação, já que, ao contrário do que mostraram aos sportinguistas, os vossos cinco anos de mandato trouxeram 100 M€ de dívida adicionale 45 M€ de resultados operacionais negativos. E isto apesarde: terem vendido jogadores no valor de 200 M€; terem antecipado receitas de televisão no valor de 60 M€, publicidade e bilhética; terem emitido 80 M€ adicionais de VMOCS; terem estendido o direito de superfície do estádio até 2063, com um encaixe nulo, mas refletido nas contas de 74M€. Dado que lemos no dia 22 de junho, finalmente, uma entrevistada da por si ao DN, gostaríamos de ser esclarec-idos:
1- Afirma que“os desequilíbrios financeiros são uma realidade de todas as SAD que depois são compensadas comas vendas dos jogadores”. Apesarde ser escandalosa a sua afirmação, embora verdadeira, poderá esclarecer como pensava realizara vendad esses jogadores depois dos acontecimentos de 15 de maio e daposição assumidapelos mesmos? Porque não se demitiram para evitara rescisão e eventual perda dos ativos, que permitiriam ao Sportingnão estarem falência técnica?
2- Afirma que empurrou “para novembro a concretização da emissão do empréstimo obrigacionista, que não foi possível concretizare quedaria um apoio de tesouraria …”. Pode explicar porque foi necessário e como seria possível “empurrar” um empréstimo obrigacionista, que quebra com todas as regras da confiança? Como explica que a tesouraria dependi ada emissão de um empréstimo, quando sempre propagandeou que o clube e a SAD viviam uma situação única de desafogo financeiro, com resultados operacionais fantásticos?
3- Afirma que“vai haver uma redução de massa salarial ”. Como tema‘ lata’ de continuar avir iludir os sócios, quando aumentaram em mais de 74% os gastos com pessoal, contrataram indiscriminadamente funcionários, regra geral no seio das famílias dos órgãos sociais do clube, e criaram uma quantidade de benefícios paraos órgãos sociais nuncaantes vistaem Alvalade?
4- Afirma que“não estão garantidas as condições de segurança para a emissão do empréstimo”. Como foi possível não terapresent-ado asua demissão imediata? Ou não perceberam que quem criou as deficientes condições de segurança, foia vossatruculenta e danosagestão?
5- Questionados e nos próximos dois meses o Sporting ficaria sem dinheiro, afirma: “Não acho que isso váacontecer.” Como pôde fazerafirmações desta gravidade, quando sabemos hoje que umasérie de compromissos não foram respeitados e o acordo comas insti- tuições financeiras para recompra das VMOCS não foicumprido? Poderáinformaros sócios de qualo saldo do fundo de reservacriado parao efeito?
6- Afirma“ore volving de 30M€, o empréstimo de 15 a 20 M€ e mais uns pozinhos e chegamos aos 60 M €”. Pode explicar melhora que ‘pozinhos’ se refere? Ou quala “fatia datarte” que não quiseram divi-dircom José Maria-Ricciardi?
7- Rui Patrício esteve comum acordo fechado para ser vendido a umclube inglês. Como explica que tal negociação não tenhas ido concluída, a bem dos superiores interesses do Sporting? Por último, como encara a possibilidade deviremas er responsabilizados, civil e criminalmente, pela gestão dano-saque praticaram, e se está disposto a assumir pessoalmente, e como seu património, todos os danos que causaram ao Sporting?