O desafio da paciência
Sereno e confiante. José Peseiro teve a postura e o discurso adequado às circunstâncias no dia da sua apresentação como treinador do Sporting. Pediu paciência e tolerância e, de facto, essas são virtudes que os adeptos vão precisar de apurar. É difícil, todavia, acreditar que a margem de condescendência que nesta altura Peseiro e equipa têm se prolongue por muito tempo. Sabe-se como a memória dos homens é curta e a compreensão dos adeptos limitada. O desafio da paciência, gere-se como todos os outros: ganhando.
O campeão do mundo em título, a Alemanha, caiu. A vice Argentina, também. O campeão anterior, a Espanha, seguiu o mesmo caminho. O campeão de 2006, a Itália, nem sequer foi à Rússia. O campeão europeu também saltou fora e já se projeta para dia 10 de julho a ‘final’ deste Mundial: Brasil-França. O Campeonato do Mundo nunca foi muito ‘democrático’. No jogo decisivo, sempre estiveram as grandes potências. E desde 1966 também foram quase sempre campeões do mundo que disputaram as finais, exceção para a Holanda que não o sendo merecia sê-lo. Ora, este Mundial alimenta a ilusão de um finalista inédito (Rússia, Croácia, Suíça ou Colômbia), ou pelo menos de quem há mais de 50 anos não chega à grande decisão (Inglaterra e Suécia). Também por isto, custa a digerir a eliminação de Portugal.