FERNANDO HIERRO
A Rússia só defendeu, mas La Roja teve pouca chama e a liderança, nota-se, não existe
Pegou na seleção de Espanha a apenas um dia da estreia no Mundial, é verdade, mas pedia-se mais a ‘nuestros hermanos’ no duelo com a Rússia. Terá sido boa ideia deixar Iniesta no banco? [
A forma como Espanha e Rússia passaram por dificuldades na fase de grupos acabou por causar a mudança, podemos dizê-lo, de abordagem ao jogo de parte a parte. Fernando Hierro deixou no banco Carvajal, Iniesta e Thiago Alcántara, enquanto Cherchesov preteriu Gazinskiy, Cheryshev e Smolov, regressando a um sistema de 3x5x2 várias vezes utilizado na fase de qualificação. Os espanhóis fizeram mais de 1.100 passes ao longo dos 120 minutos e isso demonstra bem o que foi o jogo. Rússia muito recuada e a Espanha com bola, mas pouco vertical. Aos 12’, Ignashevich preocupou-se mais com Sergio Ramos do que com a bola e nem a viu chegar e embater-lhe na parte de trás do pé para bater o seu próprio guarda-redes.
Num jogo com poucas ocasiões de golo, os russos beneficiaram de um penálti a acabar a primeira parte, castigando a imprudência de Piqué, que saltou à bola com o braço bem esticado. Dzyuba não vacilou dos 11 metros (42’).
Com o passar da segunda parte, foi cada vez mais clara intenção da Rússia em deixar o resultado inalterado. No banco espanhol, Hierro gritava, mas mexia pouco com o jogo nas substituições, ou mesmo nada. Aos 65’, Cherchesov já tinha feito três alterações de tração atrás – a Espanha zero. Depois lá tirou um desinspiradíssimo David Silva e trocou Diego Costa por Aspas, que nada acrescentou. Rodrigo ainda chegou no prolongamento, mas tarde para trazer algo de novo. Nos penáltis, De Gea não foi competente. Akinfeev foi mais. Um herói em casa. No momento decisivo, Iago Aspas, salvador com Marrocos, agora foi vilão. Caiu mais um candidato. *