Sorrisos de campeões
Portugal recebeu ontem em clima de festa a Seleção Nacional sub-19 campeã europeia. Um reconhecimento normal e merecido a um grupo de jovens que deu o melhor de si e ganhou um troféu que fica para a história do futebol português. No momento do triunfo não serão poucos os políticos e presidentes disto e daquilo a colar-se aos jovens que ganharam, no campo, o que todos desejávamos. Mas se hoje clubes e Federação já dão aos jogadores tudo o que necessitam para serem craques no futuro, será que o trabalho está feito?
Não. Pelo contrário. O desporto jovem português, em quase todas as vertentes e modalidades, ainda vive muito longe da vida académica e permite a poucos (mesmo muito poucos) praticantes uma vida para além do desporto. Quantos miúdos da Seleção Nacional de sub-19 estarão na universidade? Quantos miúdos dos clubes que defrontam estes jovens nos campeonatos nacionais andarão na universidade? Quantos miúdos chegarão a ser realmente craques de futebol com os ordenados milionários? O que farão depois, quando falharem? Quantos miúdos têm o reconhecimento da especificidade desportiva a que estão sujeitos (e esqueçam, há todo um mundo para além do futebol) e têm do estado a compreensão necessária? Quantos paizinhos esperam ter ali Ronaldos e com isso ver as contas bancárias aumentar? Há vida para além dos sorrisos na hora da vitória.