Gedsoncarimbapassaporte
Foi sob o desígnio do receio em assumir riscos que ambas as equipas abordaram o jogo. No entanto, foi bem maior a sagacidade do Benfica, a defender em 4x5x1, a condicionar episodicamente a primeira fase de construção do rival, efetuando algumas recuperações em zonas médias-altas e, principalmente, a retirar-lhe a capacidade para entrar no seu bloco [1], conduzindo o Fenerbahçe a urdir um jogar soporífero, incapaz de estabelecer ligações com qualidade e com uma baixíssima
DESCARADO E ACELERATIVO, O MIÚDO LOGROU EXPOR AS DIFICULDADES DA EQUIPA TURCA A FECHAR CAMINHOS
velocidade de execução. Além disso, Gedson, extremamente descarado e acelerativo em condução, desvendou as amplas arduidades turcas no momento de transição defensiva, contrariando a tendência inicial para buscar uma construção longa inócua em direção a Castillo. Foi no melhor momento de futebol combinativo que se desenhou o tento que inclinou definitivamente o acesso ao playoffpara os comandados de Vitória. Após uma combi- nação no corredor direito entre André Almeida e Salvio, o argentino foi extremamente inteligente a buscar o corredor central [2], onde Castillo se revelou solícito e competente a oferecer o apoio que deixou Gedson, superlativo a protagonizar uma desmarcação de rutura, na cara de um abúlico Demirel. Um golo que foi o mote para o melhor período do Benfica na partida, ao mostrar-se capaz de controlar o jogo com bola, fazendo-a circular entre os três corredores, ante um oponente perdido e descontrolado, algo que se agudizou com a entrada de Ferreyra – que substituiu Castillo –, fruto da sua mobilidade e incisi- vidade no ataque à profundidade. Algo que o deixou muito perto do 0-2. Contra a corrente, já em período de compensação, o Fenerbahçe alcançou a igualdade. Um lance que se desenhou a partir de uma bola longa em direção aos corredores laterais, em busca da projeção do lateral, a única ideia que souberam executar e onde se denotou a falta de apoio de Salvio a Almeida (excessivamente preso a Ayew), o que deixou Hasan Ali livre para executar um cruzamento perfeito [3] que Potuk desviou de cabeça, atacando o espaço entre Jardel e Grimaldo. Algo que ateou a chama turca no início da etapa com- plementar para uma abordagem mais pressionante e veloz, mas que não durou mais de 10 minutos e só seria reavivada por um período curto, quando Cocu recorreu a um 4x4x2 desdobrável em 4x2x4. Se é certo que o Benfica não passou por grandes sobressaltos defensivos, também é verdade que faltou mais qualidade para controlar o jogo com bola – foram inúmeras as perdas – e para aproveitar as crateras que o rival abria no momento de transição defensiva, o que fez com que fossem desperdiçadas situações de paridade ou superioridade numérica na chegada a zonas de definição.