Organização e identidade
Dragão presenciou o regresso do FC Porto às vitórias, num jogo marcado pela identidade da marca Sérgio Conceição, mas também pela forma agradável e competente como o Moreirense de Ivo Vieira passou pelo jogo, mesmo tendo saído vergado no marcador. Competência tática nas organizações e identidade vincada dos conjuntos foram apanágio de um jogo, no qual, embora a bola e as situações de jogo não tenham mudado a uma velocidade eleva-
DO PONTO DE VISTA TÁTICO, QUEM ESTEVE NO DRAGÃO PÔDE VER UM ESPETÁCULO DE MUITO BOM NÍVEL
da, ambas as equipas demonstraram ideias próprias.
O FC Porto no habitual 4x4x2 em organização defensiva, nunca teve momentos de desconcentração competitiva. Soube posicionar-se no seu momento de organização, encurtando o espaço entre a linha média e a defensiva, precisamente o espaço em que na derrota da semana anterior, permitiu velei- dades ao adversário, e retirou possibilidades ao competente Moreirense [1].
Quer em organização ofensiva, quer quando recuperou a bola e saiu para transição em contraataque ou ataque rápido, procurou explorar o espaço nas costas da defensiva do Moreirense, e voltou a mostrar competências, quer individuais, quer coletivas, que se notaram na coordenação dos movimentos com o momento do passe. [2]
Com uma bola colocada nas costas da defesa adversária fez o se- gundo golo, e teve momentos em que obrigou o guardião Jhonatan a sair rápido para intercetar passes de rutura.
Depois da vantagem de dois golos, a equipa portista procurou controlar o jogo, sobretudo sem bola, muito devido ao mérito dos homens de Ivo Vieira, que demonstraram um conhecimento elevado dos ‘timings’ para passar do controlo defensivo para momentos de pressão e provocar desconforto na equipa azul e branca.
Também com bola, o Dragão pre- senciou um Moreirense descomplexado, com uma dinâmica bastante aprazível, de constantes linhas de passe e saídas bem pensadas para o ataque. Os posicionamentos audaciosos da equipa de Ivo Vieira não surtiram efeito no marcador, também pelo jogo positivo de Iker Casillas. [3] Não foi um jogo de velocidade constante, duelos e muito choque, ou sequer de vencedor incerto, porém, do ponto de vista tático, quem esteve no Dragão pôde ver um jogo de muito bom nível.