NOITE DE REGRESSOS
MAREGA FAZ O PRIMEIRO GOLO DA ÉPOCA DANILO VOLTA À COMPETIÇÃO
Após a ameaça e a queda efetiva, os dragões reergueram-se de forma sustentada, alicerçados na sua qualidade e na experiência que os jogos com o Belenenses e o V. Guimarães lhes proporcionaram. A lição das duas jornadas anteriores foi bem absorvida pelos homens de Sérgio Conceição, que venceram ontem o Moreirense, por 3-0, depois de terem estado a maior parte do tempo a ganhar pela aparentemente assombrada vantagem de dois golos...
Se, no Jamor, Alex Telles ainda corrigiu o destino de penálti; se no fim de semana anterior a derrocada perante o Vitória minhoto foi clara; ontem houve um FC Porto aplicado até ao intervalo e credível depois dele. Do outro lado, o Mo- reirense foi mais organizado e equilibrado do que propriamente afoito ou perigoso, porém deixou pistas claras de que, em Moreira de Cónegos, está a nascer uma boa equipa, desde logo pela sua identidade positiva. Ivo Vieira não foi ao Dragão para tentar arrastar o 0-0 pelos 90 minutos, foi para jogar futebol, para ganhar, com uma estratégia um pouco ousada pelo adiantamento do bloco, mas ainda assim adequada à diferença de valia e potencial existente entre os dois conjuntos.
No lançamento das pedras em campo, os dois técnicos não alinharam em surpresas, não obs- tante Sérgio Conceição ter promovido a estreia absoluta de Éder Militão no eixo da defesa – exibição com sinais bastante promissores do reforço – e o regresso ao onze de Marega. Já Ivo Vieira, apesar do tal abismo entre os cónegos e os portistas, apresentou a sua dinâmica tática curiosa, com Pedro Nuno na frente de ataque a servir de primeira referência defensiva e primeiro apoio ofensivo.
Largura e eficácia
Com o Moreirense a defender numa espécie de 4x5x1, o FC Porto sentiu dificuldades para construir jogo interior, não conseguindo ar- ticular as combinações que tantas vezes desequilibram os seus adversários. Este foi de resto um obstáculo que os visitantes colocaram de forma constante ao longo dos 90 minutos. Apesar disso, com mais largura de jogo do que profundidade, cedo o FC Porto chegou ao primeiro golo na sequência de um pontapé de canto e, ainda antes da meia hora de jogo, surgiria a famigerada vantagem de dois tentos no marcador.
A eficácia teve um papel principal na circunstância, pois os dragões marcaram por duas vezes nos seus primeiros quatro remates e aqui inclui-se um tiro muito des-
viado de Éder Militão, que nada mais foi do que um pontapé de recurso sob pressão.
Já depois de uma tentativa potente de Herrera sair à figura, o jogo foi para o descanso sem que o Moreirense tivesse criado perigo. Mas a segunda parte seria diferente, com os cónegos a intensificarem a sua ideia de controlo do jogo em posse, assumindo uma maior exposição ao jogo de profundida- de do FC Porto sem que por aí tenham sido muito penalizados, à exceção de duas transições rápidas, sendo que a última terminou em golo, com o 3-0 de Marega.
Casillas anti-stress
Apesar do posicionamento base do seu bloco ter sido porventura um pouco adiantado demais, o Moreirense mostrou-se tão sólido como credível foi o FC Porto na sua postura de maior expectativa. Ainda assim, neste choque de tendências há que destacar... Casillas: aos 68’, o espanhol segurou a vantagem de 2-0 – e com isso a solidez emocional da equipa – numa excelente defesa a remate frontal de Chiquinho. Naquele momento, um golo sofrido poderia ter mexido, como aconteceu no passado recente, com o FC Porto, mas a lição dos últimos jogos foi absorvida e, desta feita, aplicada. *