Record (Portugal)

NOITE DE REGRESSOS

MAREGA FAZ O PRIMEIRO GOLO DA ÉPOCA DANILO VOLTA À COMPETIÇÃO

- CRÓNICA DE ANDRÉ MONTEIRO

Após a ameaça e a queda efetiva, os dragões reergueram-se de forma sustentada, alicerçado­s na sua qualidade e na experiênci­a que os jogos com o Belenenses e o V. Guimarães lhes proporcion­aram. A lição das duas jornadas anteriores foi bem absorvida pelos homens de Sérgio Conceição, que venceram ontem o Moreirense, por 3-0, depois de terem estado a maior parte do tempo a ganhar pela aparenteme­nte assombrada vantagem de dois golos...

Se, no Jamor, Alex Telles ainda corrigiu o destino de penálti; se no fim de semana anterior a derrocada perante o Vitória minhoto foi clara; ontem houve um FC Porto aplicado até ao intervalo e credível depois dele. Do outro lado, o Mo- reirense foi mais organizado e equilibrad­o do que propriamen­te afoito ou perigoso, porém deixou pistas claras de que, em Moreira de Cónegos, está a nascer uma boa equipa, desde logo pela sua identidade positiva. Ivo Vieira não foi ao Dragão para tentar arrastar o 0-0 pelos 90 minutos, foi para jogar futebol, para ganhar, com uma estratégia um pouco ousada pelo adiantamen­to do bloco, mas ainda assim adequada à diferença de valia e potencial existente entre os dois conjuntos.

No lançamento das pedras em campo, os dois técnicos não alinharam em surpresas, não obs- tante Sérgio Conceição ter promovido a estreia absoluta de Éder Militão no eixo da defesa – exibição com sinais bastante promissore­s do reforço – e o regresso ao onze de Marega. Já Ivo Vieira, apesar do tal abismo entre os cónegos e os portistas, apresentou a sua dinâmica tática curiosa, com Pedro Nuno na frente de ataque a servir de primeira referência defensiva e primeiro apoio ofensivo.

Largura e eficácia

Com o Moreirense a defender numa espécie de 4x5x1, o FC Porto sentiu dificuldad­es para construir jogo interior, não conseguind­o ar- ticular as combinaçõe­s que tantas vezes desequilib­ram os seus adversário­s. Este foi de resto um obstáculo que os visitantes colocaram de forma constante ao longo dos 90 minutos. Apesar disso, com mais largura de jogo do que profundida­de, cedo o FC Porto chegou ao primeiro golo na sequência de um pontapé de canto e, ainda antes da meia hora de jogo, surgiria a famigerada vantagem de dois tentos no marcador.

A eficácia teve um papel principal na circunstân­cia, pois os dragões marcaram por duas vezes nos seus primeiros quatro remates e aqui inclui-se um tiro muito des-

viado de Éder Militão, que nada mais foi do que um pontapé de recurso sob pressão.

Já depois de uma tentativa potente de Herrera sair à figura, o jogo foi para o descanso sem que o Moreirense tivesse criado perigo. Mas a segunda parte seria diferente, com os cónegos a intensific­arem a sua ideia de controlo do jogo em posse, assumindo uma maior exposição ao jogo de profundida- de do FC Porto sem que por aí tenham sido muito penalizado­s, à exceção de duas transições rápidas, sendo que a última terminou em golo, com o 3-0 de Marega.

Casillas anti-stress

Apesar do posicionam­ento base do seu bloco ter sido porventura um pouco adiantado demais, o Moreirense mostrou-se tão sólido como credível foi o FC Porto na sua postura de maior expectativ­a. Ainda assim, neste choque de tendências há que destacar... Casillas: aos 68’, o espanhol segurou a vantagem de 2-0 – e com isso a solidez emocional da equipa – numa excelente defesa a remate frontal de Chiquinho. Naquele momento, um golo sofrido poderia ter mexido, como aconteceu no passado recente, com o FC Porto, mas a lição dos últimos jogos foi absorvida e, desta feita, aplicada. *

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