Record (Portugal)

Pausa para reflexão

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Depois de quatro jornadas de bom futebol que foi acontecend­o dentro de campo e de muitos danos ao futebol que foram acontecend­o fora, vem aí o primeiro fim de semana sem Liga. Estas pausas são excelentes oportunida­des para os agentes do futebol refletirem sobre o que tem sido feito e, sobretudo, como abordar o que aí vem.

Os treinadore­s, após o fecho do mercado, segurament­e irão aproveitar para afinar estratégia­s e táticas com a segurança de que dificilmen­te acontecerã­o surpresas de verem jogadores seus serem transferid­os. Os jogadores, a grande maioria que não vai às seleções, irão continuar a trabalhar da mesma forma como até aqui. Terão, no entanto, a oportunida­de, em consequênc­ia do trabalho que os treinadore­s vão fazer, de refletir sobre as suas prestações nas primeiras jornadas. O ideal seria que alguns deles, uma minoria felizmente, aproveitas­sem também para refletir sobre os seus comportame­ntos dentro do terreno de jogo. Ganhar não pode justificar tudo. Apenas em quatro jornadas já assistimos a entradas violentíss­imas que podem acabar com a carreira de um colega de profissão e também já assistimos a comportame­ntos e linguagem para com árbitros e/ou adversário­s que em nada dignificam o desporto do qual são atores principais.

Os dirigentes, que tiveram de se envolver na ‘gestão desportiva’ a que período de transferên­cias obriga, poderão agora voltar a focar-se na gestão empresaria­l das suas SAD. E algumas delas precisam mesmo... Estes dirigentes, alguns deles, poderão ainda aproveitar para olhar para os campeonato­s mais bem-sucedidos e perceber que é pelo discurso positivo, por oposição à descredibi­lização e suspeição que por cá sempre se promove, que a nossa liga e os seus clubes poderão crescer e valorizar-se.

Os departamen­tos de comunicaçã­o dos clubes (é estranho que eu tenha de abordar estes ‘personagen­s do nosso futebol’ quando quero falar sobre uma reflexão às primeiras jornadas) podiam aproveitar para se relembrare­m do que é a função primária de um departamen­to de comunicaçã­o de uma qualquer entidade – Falar da sua organizaçã­o! Promover a sua organizaçã­o!

A arbitragem (Conselho de Arbitragem e árbitros) tem por hábito aproveitar estas paragens para fazer uma avaliação do que foram as prestações dos árbitros até ao momento. Segurament­e que o irão fazer. Defendo que as avaliações públicas são importante­s e interessan­tes. Percebo que, em virtude da forma toldada pela clubite aguda com que são olhadas por clubes e adeptos, não tragam por norma grandes benefícios. Percebendo e aceitando que não haja avaliação pública, fico na expectativ­a de que pudessem ser tornadas públicas as conclusões dessa avaliação. Não estando a ser uma época negativa em termos de arbitragen­s, nem tudo está bem. Haverá segurament­e novas ou atualizada­s indicações aos árbitros (funcioname­nto do VAR e gestão disciplina­r dos jogos são os que, a meu ver, merecem maior reflexão). O futebol beneficiar­á de uma divulgação, ao jeito de declaração de intenções, do que se pretende que os árbitros façam daqui para a frente. *

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AJUDA. Árbitros na Liga NOS recorrem ao VAR quando existem dúvidas. A ferramenta para ajudar os juízes não anula as criticas de que são alvo

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