BENFICA ACUSADO
CORRUPÇÃO, FAVORECIMENTO PESSOAL E OFERTA INDEVIDA DE VANTAGEM SÃO CRIMES IMPUTADOS À SAD E PAULO GONÇALVES
E-TOUPEIRA
MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE INIBIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DESPORTIVAS VAS EM COMPETIÇÕES DESPORTI MESES A 3 ANOS PENA PODE IR DE 6 MA5ANOS CLUBEARRISCADEU APOIO O DO ESTADO SEM RECEBER APOI OCORRERAM ALEGADOS CRIMES 17E2017/18 NASÉPOCAS2016/
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa deu por concluída a fase de inquérito do conhecido caso E-Toupeira, tendo ontem a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) anunciado formalmente que a Benfica SAD e o seu assessor jurídico, Paulo Gonçalves, estão acusados de vários crimes, tal como outros dois arguidos do processo. José Nogueira Silva (o técnico informático estava já em prisão preventiva) é um dos visados e o quarto elemento será Júlio Manuel Loureiro, funcionário judicial do Tribunal de Guimarães e observador de arbitragem.
O Ministério Público requer assim julgamento para este processo, depois de na fase de instrução ter ficado “suficientemente indiciado que os arguidos com a qualidade de funcionários de Justiça, pelo menos desde março de 2017, acederam a processos-crime pendentes no DIAP de Lisboa e do Porto e em outros tribunais, transmitindo as informações relevantes ao arguido colaborador da SAD [Paulo Gonçalves], fazendo-o de acordo com a solicitação do mesmo e em benefício da mesma sociedade”. Segundo explica a PGDL, em causa estão crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, oferta ou recebimento indevido de vantagem, favorecimento pessoal, violação do segredo de justiça, violação de segredo por funcionário, peculato, acesso indevido, violação do dever de sigilo e falsidade informática. A informação divulgada pela Procuradoria sublinha que os referidos processos “tinham por objeto investigações da área do futebol” e que as “pesquisas foram efetuadas fraudulentamente com a utilização de credenciais de terceiros” para a obter ilicitamente informações, “tendo como contrapartida benefícios indevidos para os funcionários e vantagens ilícitas no interesse da respetiva SAD”. Segundo esclarece a PGDL, estas condutas ocorreram durante as épocas desportivas 2016/2017 e 2017/2018, sendo que, “com estes comportamentos, os arguidos pu- seram em risco a integridade do sistema informático da Justiça, a probidade das funções públicas, os interesses da verdade e da lealdade desportiva e a integridade das investigações criminais”. O processo poderá vir a assumir assim contornos gravosos para o emblema da Luz também no que diz respeito ao capítulo desportivo
[ver peça em baixo].
Entretanto, no seguimento das referidas averiguações, o Ministério Público terá deixado cair a acusação contra Óscar Cruz, empresário de jogadores e filho de um ex-vicepresidente do FC Porto; e ainda contra umterceiro oficial de Justiça, que não chegou a ser identificado. Liga e FPF à margem... para já A Liga de Clubes e a Federação Portuguesa de Futebol estão naturalmente atentas ao desenrolar deste processo, mas para já preferem não tecer qualquer tipo de comentário. As duas entidades, apurou Record, também não irão avançar com qualquer processo paralelo, mas ponderam vir a tomar medidas caso venha a comprovar-se qualquer interferência na integridade desportiva. *
AUTORIDADES CONSIDERAM QUE AS PRÁTICAS COLOCARAM EM CAUSA A INTEGRIDADE E VERDADE DESPORTIVAS ACUSAÇÃO SUBLINHA QUE AS CONDUTAS EM CAUSA TIVERAM LUGAR AO LONGO DAS ÉPOCAS 2016/17 E 2017/18