Record (Portugal)

PAULO GONÇALVES TREMIDO

- FILIPE PEDRAS E VALTER MARQUES

NA SEQUÊNCIA DO CASO E-TOUPEIRA

Paulo Gonçalves enfrenta nesta altura uma situação de maior isolamento na SAD encarnada. Ao que apurou, a posição do assessor jurídico da sociedade anónima está agora mais tremida do que nunca, sendo que a última tomada de posição pública por parte das águias foi desde logo sintomátic­a disso mesmo. Já depois de conhecer a notificaçã­o da acusação do caso E-Toupeira, em que também a SAD benfiquist­a está incluída, Luís Filipe Vieira nunca se referiu a Paulo Gonçalves. E também não foi reiterado o apoio ao advogado, ao contrário do que aconteceu há alguns meses.

Ora, esta postura da administra­ção da SAD, liderada por Vieira, está longe de ser fruto do acaso, tendo as águias agora feito questão de separar claramente as águas. “A nenhum membro do Conselho de Administra­ção da SAD foi feita qualquer imputação, nem contra nenhum deles foi deduzida qualquer imputação”, sublinhou o presidente encarnado, na última quarta-feira, insistindo na “total licitude dos comportame­ntos da SAD”. Ora, a 6 de março último, e após buscas na Luz, os encarnados emitiram um comunicado em que desde logo reafirmava­m “a sua convicção e confiança de que Paulo Gonçalves poderá no decurso do processo demonstrar a licitude de todos os seus procedimen­tos e condutas”. Três dias mais tarde, já com o braço-direito de Filipe

Record

NÚMEROS

dos quais Paulo Gonçalves é acusado. São 28 por falsidade informátic­a, 21 por violação de segredo por funcionári­o (em coautoria), 9 por acesso indevido (em coautoria), 9 por violação do dever de sigilo (em coautoria), 6 por violação do segredo de Justiça (em coautoria), 2 por acesso indevido, 2 por violação do dever de sigilo e 1 por oferta ou recebiment­o indevido de vantagem

dos quais a SAD do emblema da Luz é acusada. São 28 por falsidade informátic­a em concurso aparente com acesso ilegítimo e burla informátic­a; 1 por corrupção ativa e outro por oferta ou recebiment­o indevido de vantagem

SAD não decidiu sobre a demissão, mas vai deixando o assessor jurídico mais isolado

Vieira constituíd­o arguido – e sabendo as medidas de coação que lhe foram impostas, nomeadamen­te a proibição de contacto com os restantes arguidos –, a SAD veio a lume divulgar o resultado do que foi uma “deliberaçã­o unânime” em reunião do clube e SAD: “Manter a integral confiança em Paulo Gonçalves.” Agora, e depois de saber que é também arguida e acusada no processo, a SAD foi omissa neste apoio ao seu funcionári­o, delimitand­o o âmbito das palavras aos administra­dores da sociedade anónima. E esses são apenas cinco: Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, José Eduardo Moniz, Rui Costa e Nuno Gaioso.

Record sabe que, até ao momento, o Conselho de Administra­ção da SAD benfiquist­a não tomou qualquer decisão no sentido de demitir Paulo Gonçalves. Nem tal está previsto. No entanto, a posição do causídico será de cada vez maior isolamento, até porque as águias também querem focar a defesa no que é exclusivo da esfera da SAD. Porém, existe neste momento a convicção interna de que, caso seja Gonçalves a solicitar o afastament­o – ainda que possa sêlo apenas até à resolução do processo –, há forte probabilid­ade de este ser aceite de imediato pela Direção da sociedade anónima do emblema da Luz.

Nas próximas semanas deverão surgir posições mais vincadas neste sentido, neste caso de ambas as partes. *

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