Júlio Loureiro segue no ativo e diz-se inocente
Júlio Loureiro, um dos funcionários do Tribunal de Guimarães arguidos no âmbito do processo E-Toupeira e acusado de ter cometido 67 crimes, mantém-se em funções e nega ter cometido qualquer ilegalidade, contrariando a tese do Ministério Público. “Continuo a trabalhar e continuo a considerar-me inocente. Não cometi qualquer crime. Em breve irei provar a minha inocência”, limitou-se a dizer durante o dia de ontem, quando foi interpelado pela reportagem da CM TV. Recorde-se que, segundo a acusação proferida pelo Ministério Público , “pelo menos desde março de 2017 [...] Paulo Gonçalves solicitou a José Silva [outro arguido no processo que se encontra em prisão preventiva] e Júlio Loureiro que acedessem a processos pendentes [sobre, entre outros, investigações na área do futebol] que decorriam no DIAP de Lisboa e Porto”. Tal pode ler-se no despacho proferido pela Procuradoria- Geral Distrital de Lisboa. De acordo com a acusação, em troca dos acessos e informações, Paulo Gonçalves e a SAD do Benfica terão oferecido “pelo menos nas épocas desportivas 2016/17 e 2017/18 e até 3 de março de 2018” convites e produtos de merchandising a Júlio Loureiro, “de forma a criar condições de permeabilidade por parte do observador de arbitragem” para obter “decisões favoráveis, conhecimento privilegiado de informações desportivas e de pessoas e contactos ligados à arbitragem”. Para esconder tais pedidos e recompensas, os contactos de José Silva com Paulo Gonçalves terão sido realizados através de Óscar Cruz ou Júlio Loureiro. *