“Esteve 10 meses nas mãos de Pataco”
Ex-presidente do IPDJ e secretário de Estado trocam acusações sobre interdição da Luz
Augusto Baganha e João Paulo Rebelo continuam a trocar acusações, tendo como base o processo que levou à interdição do Estádio da Luz em 2017, retirada após o Benfica ter apresentado um novo regulamento de segurança interno. O antigo presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) garante que Vítor Pataco, seu antigo ‘vice’ e novo líder, foi o responsável pelo atraso de 10 meses na notificação aos encarnados.
“Quem esteve 10 meses [com o processo] foi o meu colega do CD. Era competência dele. São competências que estão delegadas pelo CD em cada um dos seus membros”, assegurou Baganha. “O Benfica tinha de ser notificado, mas as pessoas invocavam sempre que não conheciam bem… Isso não podia acontecer. A informação que eu tenho é que há 19 autos de contraordenação que não foram aplicados.”
No entanto, o secretário de Estado da Juventude e Desporto garante que “Vítor Pataco não reteve processo nenhum” e anunciou que este “tenciona acionar judicialmente o Dr. Augusto Baganha”.
“A INFORMAÇÃO QUE EU TENHO É DE QUE HÁ 19 AUTOS DE CONTRAORDENAÇÃO QUE NÃO FORAM APLICADOS”
“Se de alguma maneira houve atraso em algum processo, a responsabilidade é diretamente do Dr. Augusto Baganha, que como presidente do IPDJ tem sempre a responsabilidade última”, disse, manifestando-se “chocado” com as afirmações do anterior líder do IPDJ, que acusa de lançar “um conjunto de suspeitas e insinuações infundadas”.
Já Augusto Baganha também promete “levar o caso até às últimas consequências”. Ainda assim, manifesta estranheza por não ter sido ainda “publicado o despa- cho de dissolução do Conselho Diretivo” a que presidia. “Estou até um pouco perplexo com o que se passa. Só a partir daí é que poderei encetar novas vias”, antecipou. João Paulo Rebelo explicou que o antigo basquetebolista do Sporting “já sabia desde junho” que iria deixar o IPDJ.
Augusto Baganha aproveitou para explicar o que quis dizer quando afirmou que as claques do Benfica não eram um problema. “Fui mal interpretado. O que quis dizer é que nós atuamos sobre os clubes e não sobre as claques”, justificou, garantindo que “houve sempre ação do IPDJ”. “O nosso departamento jurídico tem sido notável na forma como tem analisado tudo aquilo que aparece. Mas isto são processos que não são céleres porque não podem ser. Há tramitações que têm de se dar e depois há os recursos dos clubes que, perante as sanções aplicadas, recorrem para instâncias superiores”, resumiu. *