PRESSÃO PELA SAÍDA DE GONÇALVES
Luís Filipe Vieira tem sido confrontado com a necessidade de deixar cair o assessor jurídico
Luís Filipe Vieira tem conhecido alguma pressão a nível interno no sentido de afastar Paulo Gonçalves de funções na SAD, apurou Record. De acordo com as informações recolhidas pelo nosso jornal, a continuidade do assessor jurídico está longe de ser unânime entre os responsáveis benfiquistas e o presidente do emblema da Luz está a par desde cenário. No entanto, o afastamento do advogado não deverá ser uma decisão a tomar única e exclusivamente a ser tomada pelo
HÁ NA ESTRUTURA ENCARNADA QUEM CONSIDERE QUE O ADVOGADO JÁ DEVERIA TER SIDO AFASTADO HÁ MUITO TEMPO
líder do conselho de administração da sociedade anónima. E até ao momento, a Direção benfiquista não optou por esta via. Certo, é que há na estrutura das águias quem considere que Gonçalves não deveria estar por esta altura a trabalhar na Luz. Independentemente da culpa que possa vir, ou não, a ver imputada no desenrolar do processo, a ideia é que o responsável deveria estar afastado até que seja selado o processo na Justiça – e os encarnados esperam naturalmente que nenhuma pena venha a ser avançada para qualquer funcionário da NÚMEROS
de que Paulo Gonçalves é acusado. São 28 por falsidade informática, 21 por violação de segredo por funcionário (em coautoria), 9 por acesso indevido (em coautoria), 6 por violação do segredo de Justiça (em coautoria), 2 por acesso indevido, 2 por violação do dever de sigilo e 1 por oferta ou recebimento indevido de vantagem
pelos quais a própria SAD benfiquista está acusada neste processo EToupeira: 28 por falsidade informática em concurso aparente com acesso ilegítimo e burla informática, um por corrupção ativa e ainda outro por oferta ou recebimento indevido de vantagem
sociedade anónima. De resto, logo aquando da sua constituição como arguido, Paulo Gonçalves chegou a colocar o seu lugar à disposição, tendo o Conselho de Administração da SAD insistido no seu apoio ao advogado. Ora, os mesmos que agora consideram que a saída do causídico é o único caminho a seguir já viam esta medida como algo que deveria ter acontecido em março, logo quando foi constituído arguido.
DECISÃO DEVERÁ SER LEVADA AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. ATÉ AGORA, AFASTAMENTO DO ADVOGADO NÃO FOI DEFINIDO
Presunção de inocência
Paulo Gonçalves está agora mais isolado do que nunca. Em março, quando foi dado a conhecer o seu estatuto como arguido no processo E-Toupeira, os encarnados fizeram questão de sublinhar em duas ocasiões o seu apoio ao braço-direito de Filipe Vieira, tendo na altura vincado a “convicção e confiança” de que este “poderá no decurso do processo demonstrar a licitude de todos os seus procedimentos e condutas”.
No entanto, o cenário mudou recentemente de figura, não só com a constituição da própria SAD benfi- quista como arguida, mas também como acusada no dito processo. No momento da reação das águias, Vieira focou a intervenção em exclusivo na conduta da SAD e dos seus administradores, onde não se enquadra Paulo Gonçalves. No entanto, há também na Luz quem dê mais relevo à presunção da inocência, pois o advogado não foi considerado culpado de nenhum crime e terá oportunidade de tentar provar a legalidade da sua conduta. Por isso mesmo, se até agora se manteve em funções, assim deverá continuar, como entendem alguns elementos da estrutura. *