No meio está a virtude
No primeiro de muitos jogos sem Aboubakar, Marega assumiu uma posição central no ataque do FC Porto. Um pouco mais ao lado do que o habitual –embora, pontualmente, também tenha caído nas alas –e repetindo a exploração do espaço nas costas da defesa, aproveitando a explosão, potência e velocidade. E até na bola parada que deu o golo ao FC Porto viu-se Marega no... centro da pequena área. Destaque para a aproximação de Danilo ao primeiro poste, arrastando Aziz. A
MOVIMENTO DE DANILO E BLOQUEIO DE ÉDER MILITÃO ABRIRAM ESPAÇO PARA O CABECEAMENTO DE MALIANO
ação de Éder Militão acabou por bloquear Fernando, sem qualquer falta; outro aspeto decisivo para o espaço concedido a Marega foi a incompreensível passividade de Nagatomo. No início do lance, o japonês tinha o avançado do FC Porto nas costas e, assim que AlexTelles marcou o canto, deu... um passo em frente. Quando se apercebeu para onde a bola ia, olhou e viu Marega já pronto a cabecear para o golo. E como quantidade não é qualidade, o Galatasaraytinha 10 jogadores, incluindo o guarda-redes, dentro da grande área no canto. Dragões eram cinco [ 1]. Além de Marega, o FC Porto viveu muito das ações de Brahimi, principalmente na 2.ª parte. Os movimentos interiores com bola são habituais no jogo do argelino, ontem também se viu o portista na zona central no momento da organização ofensiva e sem bola. Normalmente, a intenção foi explorar o espaço entrelinhas, ganhando a posição a Fernando, o médio defensivo do Galatasaray, e ficando com várias possibilidades para o desenvolvimento da jogada. Num dos lances [ 2], Brahimi apostou na diagonal para a zona da bola, oferecendo linha de passe a Corona; o argelino tinha também a possibilidade de atacar os defesas-centrais, o que permitiria apoiar Marega e provocar o 2 contra 2 – Maicon estava a vigiar Marega e Aziz estava livre. Contas feitas, o argelino fez quatro remates, um deles quase dava golo num pontapé à meia-volta. Em traços gerais, o FC Porto dominou o Galatasaray, com mais posse de bola (54% contra 46%) e, acima de tudo, rigor no que fazer com ela (81% de eficácia de passe). No primeiro jogo em casa na fase de grupos nesta Champions, o FC Porto quis mostrar desde cedo o que queria. Pressão alta, com Marega como o primeiro homem a defender, a obrigar Muslera a jogar longo, muitas vezes sem critério [ 3].