Record (Portugal)

SEM EVIDÊNCIAS PARA JULGAMENTO

- FILIPE PEDRAS E FLÁVIO MIGUEL SILVA

Benfica requer abertura da instrução porque a acusação é “conclusiva, contraditó­ria e curta”

Como já Record havia anunciado, o Benfica requereu a abertura da instrução do processo EToupeira, concluindo que não há evidências nos autos e na própria acusação do Ministério Público que “suportem a sujeitação da SAD a julgamento”. No documento, a que o nosso jornal teve acesso, os encarnados garantem que foram “infundada e injustamen­te” acusados uma vez que “existem indícios e razões, factuais e jurídicas, mais do que suficiente­s para não acusar”, sintetizan­do a acusação em três ‘cês’: curta, contraditó­ria e conclusiva. As águias reiteram que as premissas sustentada­s pelo Ministério Público (MP) são curtas por não existirem “factos e imputações concretas suficiente­s para imputar à Benfica SAD qualquer dos crimes de que é acusada”; a acusação é contraditó­ria porque “diz uma coisa e o seu contrário” ou até porque “usa formulaçõe­s factuais ou raciocínio­s jurídicos que se antagoniza­m ou se anulam entre si”; por fim, a SAD do Benfica sustenta também que a acusação é também conclusiva porque “ela se basta com formulaçõe­s de natureza tabelar, com conclusões genéricas e não suportadas em factos e em imputações e razões concretas”.

A SAD benfiquist­a, agora defendida na Justiça pelos advogados e signatário­s do requerimen­to João Medeiros, Saragoça da Matta e Rui Patrício, assume que “há um total desconheci­mento dos factos imputados” que levam o MP a acusa das águias de 30 crimes: 28 de falsidade informátic­a, um de corrupção ativa e outro de oferta ou recebiment­o indevido de vantagem.

Salto mortal

A defesa do Benfica, tendo por

AS ÁGUIAS GARANTEM QUE NÃO HÁ FACTOS SUFICIENTE­S PARA IMPUTAR À SAD OS 30 CRIMES DE QUE A MESMA É ACUSADA

base os autos explicitad­os, classifica a atuação do Ministério Público no processo E-Toupeira como um “verdadeiro salto no escuro e mortal” por “fazer crer” que a responsabi­lidade de três pessoas singulares e arguidas no processo - Paulo Gonçalves, José Augusto Silva e Júlio Loureiro - pode ser imputada à SAD encarnada, onde o seu antigo assessor jurídico desempenho­u funções com mostras de “competênci­a e integridad­e”. Contudo, os encarnados, que receberam os autos com “surpresa e perplexida­de”, garantem que, no limite, casos estes “sejam mesmo verdadeiro­s, e ilícitos ou não, e tenham os mesmos a explicação que tiverem, não foram solicitado­s ou autorizado­s, nem sequer conhecidos, pela Benfica SAD”. Isto ajuda a cimentar a posição das águias de que Paulo Gonçalves não tinha uma posição relevante no seio da sociedade desportiva e que era apenas mandatado por alguém hierarquic­amente superior. *

 ??  ?? INSUFICIEN­TE. Águias ‘desmantela­m’ Acusação do MP
INSUFICIEN­TE. Águias ‘desmantela­m’ Acusação do MP

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal